Veja as denúncias contra a vereadora Luciula do Recanto por maus tratos a animais

Nesta quarta-feira, 23, o Diário do Estado falou com Rômulo Cassiano, o denunciante de Aparecida de Goiânia que está levando adiante acusações contra a vereadora eleita em Goiânia, Luciula do Recanto, por negligência aos animais na casa de acolhimento em que é administradora, o “Recanto dos Anjos Peludos”, no Parque Amazônia. Lembrando que a vereadora foi eleita levantando a bandeira pela causa dos animais.

A denúncia

“Em junho deste ano nós descobrimos que tinha um número grande de cachorros numa obra para trindade. Então eu, minha namorada e um grupo de pessoas nos juntamos e fomos lá fazer este resgate. A ideia era tirar as fêmeas de lá e castrar, para que não aumente exponencialmente o número de animais abandonados”, começa Rômulo.

“Fomos lá, buscamos os animais e levamos para uma abrigo que cuidou muito bem deles: todos foram adotados e até hoje eles mandam notícias sobre os cachorros. Só que destes, três cadelas foram para o Recanto, em que a administradora é a Luciula. Nós estivemos lá para vê-las quando chegaram, em 7 de julho. Na época, estavam bem, com bom físico (apesar de uma ter carrapato, algo comum entre cachorros de rua)”, conta.

“A Luciula me disse: ‘Não, vamos fazer o tratamento dela aqui, pode ficar tranquilo. A gente tem muito antibiótico para isso’. Na época, a vereadora tinha concedido o que chamados de ‘Lar temporário’, em que os animais ficam no abrigo até serem adotados. Então, levamos 100kg de ração em forma de agradecimento”, lembra.

Negligência

Porém, tinha algo que eu não previa: a negligência do abrigo. Eu me coloquei a disposição e disse que se algo acontecesse, podiam falar comigo, porque eu devia satisfação para outras pessoas que fizeram doações. Depois, eu fiquei entrando em contato com a Luciula para tirar fotos ‘botininhas’ dos animais, para divulgar e achar quem adotasse. Mas ela sempre dava uma desculpa”.

“Apesar de nunca termos conseguido fazer as foto”, conta Rômulo, “surgiu um adotante para a cadelinha ‘Cidinha’. Falei para a Luciula levar ela na clínica antes de entregar ao adotante, mas ela me mandou um áudio dizendo que o animal estava ‘ótimo’. Só que na manhã seguinte, a Luciula me liga dizendo que a Cidinha tinha amanhecido passando mal e tinha de ser internada. Depois de quatro dias, recebi da clínica as fotos da cachorra, e é como eu mostrei: o animal, que há um mês e meio estava okay, apareceu com os ossos à mostra, muito mais magra, desidratada e ainda com o carrapato sem tratar”.

Sem outra alternativa, o rapaz conta: “Levei para a minha casa, cuidei, e hoje ela está muito bem”. Dos outros dois animais, uma Luciula teria dito que foi adotada, mas Rômulo não tem certeza. A outra, que estava doente, o entrevistado conta que pediu para buscá-la, mas no dia seguinte Luciula ligou chorando, dizendo que ela morreu. Indignado, o denunciante disse para a vereadora que, já que uma havia morrido e a outra tinha estado tão mal, que pelo menos ele pudesse ver uma foto da cadela que foi adotada.

Justiça

Então logo na manhã seguinte, o advogado do Recanto liga para o rapaz, e informa que o local tem um “cláusula de confidencialidade”, que desobriga o adotante a  informar como está o animal depois de levado para casa. “Nunca ouvi falar nisso em outros abrigos”, destaca o entrevistado.

Por fim, Rômulo declara: “Não estou fazendo isso para desmonetizar o abrigo, mas para que as pessoas saibam para onde o dinheiro delas estão indo. Essa causa é tão importante para algumas pessoas, que a Luciula foi uma das mais bem votadas com essa bandeira. Já entreguei todos os documentos e provas tanto para a polícia, quanto para o Ministério Público, em Aparecida.

Mais reclamações nas redes sociais

O caso repercutiu nas redes sociais e no Facebook, as pessoas já começaram a cobrar da vereadora.

Em seu Instagram, praticamente dedicado à causa animal, a vereadora já disse: “estou na causa há mais de 30 anos, cuidando e salvando a vida de milhares de anjinhos de patas. Na Câmara Municipal de Goiânia, não será diferente”, escreveu em legenda do dia 21, segunda-feira. Veja:

O Diário do Estado informou a vereadora sobre as denúncias, a defesa nos procurou pedindo direito de resposta e ainda estamos esperando uma nota (ou em qualquer formato) da parte de Luciula do Recanto sobre o caso.

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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