Venda de apartamentos compactos cresce cinco vezes em um ano, em Goiás

Um quarto é o suficiente para você morar? Para muitas pessoas, sim. A tendência minimalista aliando consumo consciente, funcionalidade e custo começou na crise imobiliária dos Estados Unidos em 2018 e ganhou o mundo. Em Goiânia, o movimento já tem adeptos aos apartamentos de 34 a 38 metros quadrados. Eles ajudaram a movimentar o mercado desse tipo de imóveis com aumento de vendas em cinco vezes em um ano.

As vendas de apartamentos compactos saltaram de 347 para 1.636 de 2019 para 2020, segundo a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). O atrativo para muitos proprietários não é a moradia, mas a possibilidade de locação do imóvel para pessoas em passagem por Goiânia. Na perspectiva de quem pretende viver em um espaço bem menor do que o tradicional, trata-se de uma opção para a rotina acelerada com maior parte do dia fora de casa.

“Hoje há fila de espera por eles e os investidores são os maiores interessados nesse tipo de imóvel porque podem ter alta rentabilidade. Goiânia já é famosa por não ter rede hoteleira suficiente para atender ao público dos grandes eventos e, mesmo com o aumento de leitos, esse descompasso continua porque o número de eventos também está crescendo. Com isso, as locações de apartamentos compactos decorados tornam-se uma oportunidade”, diz Maurício D’Angelo, gerente comercial da Consciente Construtora.

Os compactos costumam atrair mais jovens na faixa dos 30 anos de idade. A praticidade é uma demanda comum desse público, por isso, os apartamentos geralmente ficam em regiões nobres e central da capital nas quais há oferta de serviços e lazer, como com lavanderia, com office, academia, store de conveniência. A localização privilegiada faz desse imóveis um pouco mais caros que os apartamentos convencionais de dois quartos nas mesmas áreas. O metro quadrado de um deles custa entre R$ 8 mil e R$ 9,5 mil, enquanto a de um tradicional sai por R$ 7,5 mil.

Segundo o especialista em mercado imobiliário e diretor URBS Trend, Francisco de Paula, a tendência vai de encontro aos novos hábitos de vida dos goianos, cuja rotina está cada dia mais acelerada. “Grandes espaços não estão entre as prioridades de quem passa a maior parte do tempo fora de casa. Um apartamento menor pode oferecer ao morador mais tempo para viver”, diz.

No caso do administrador Vinícius Lodi, a ideia foi garantir um dinheirinho extra futuramente. Ele já tem uma casa própria e viu na opção uma forma de se antecipar ao que acredita ser uma moda que veio para ficar. “Acho que pelo perfil de solteiros na cidade, a quantidade de faculdades e fluxo de pessoas de cidades vizinhas, esse modelo vai se tornar um sucesso. Atualmente, a quantidade de imóveis com esse perfil menor não atende a demanda”, diz.

A lógica de “menos é mais” se estende aos flats, de metragem um pouco maior do que um quarto de hotel. Nesse caso, a maior parte é vendida na planta e podem valorizar de 20% a 50% nos três anos até ser construída. Segundo o corretor de imóveis da Adão Imóveis, Nelson Gonçalves, o preço começa em R$320 mil, variando conforme construtora, da região, altura e posição solar. A região da Serrinha, em Goiânia, tem se tornado um reduto desse tipo de construção que não teria concorrentes na área. “A estimativa é de 1% a 1,5% de ganho no imóvel. Se tirar gasto de decoração e financiamento, tem um cálculo de 0,7% a 0,9% de lucro. O apartamento quando lançado já se paga no financiamento“, explica.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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