Venda de planos da Hapvida é suspensa pelo Procon Goiás após fiscalização

Autoridades do Procon Goiás e Decon inspecionam o hospital Jardim América durante operação de fiscalização nesta segunda-feira

Após uma operação de fiscalização realizada nesta segunda-feira, 15, o Procon Goiás determinou a suspensão da venda de novos planos de saúde Hapvida em todo o estado. As equipes encontraram diversas irregularidades em um hospital no Jardim América, em Goiânia, que presta atendimento de emergência pela operadora.

A medida foi adotada de forma cautelar, devido à reincidência de denúncias sobre a má qualidade dos serviços prestados, longas esperas por atendimento e superlotação no pronto socorro. A ação foi coordenada pelo Procon Goiás em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).

Durante a fiscalização, os agentes constataram a ausência de serviço de triagem no pronto-atendimento, em desacordo com as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Por meio de nota, a Hapvida afirmou que está à disposição para os devidos esclarecimentos (leia abaixo a íntegra).

Além disso, foram identificados leitos de internação sem lençóis, equipamentos médicos danificados, como medidores de pressão, e condições inadequadas de armazenamento de medicamentos e seringas.

A suspensão da comercialização de novos planos Hapvida terá duração inicial de 7 dias, podendo ser prorrogada caso a empresa não apresente melhorias efetivas nos serviços prestados.

Diante dessas constatações, o hospital Jardim América foi autuado pelo Procon Goiás pela segunda vez, o que pode resultar em uma multa que varia de R$ 754 a R$ 11 milhões, dependendo da gravidade e extensão dos problemas encontrados, assim como do faturamento da instituição.

Consumidores que desejem reportar problemas semelhantes ou outras irregularidades relacionadas a serviços de saúde podem contatar o Procon Goiás pelos telefones 151 (Goiânia) e (62) 3201-7124 (interior), ou registrar sua reclamação por meio da plataforma Procon Web (proconweb.ssp.go.gov.br).

NOTA À IMPRENSA

A empresa informa que respeita e está à disposição do Procon-GO para quaisquer esclarecimentos, em nome do absoluto compromisso com a saúde dos seus beneficiários. 

A respeito das fiscalizações realizadas nos últimos dias, esclarece que tem reforçado o número de médicos, equipes de atendimento e colaborado com as informações solicitadas, tendo em vista que, nas últimas semanas, toda a rede pública e privada de saúde têm enfrentado um aumento importante nas demandas de urgência e emergência, causadas por quadros epidemiológicos que assolam o país. 

A autuação está sendo analisada e a Companhia prestará os devidos esclarecimentos ao órgão, bem como vem adotando todas as medidas necessárias ao aprimoramento e adequação dos serviços prestados na unidade.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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