Venda inédita de imóvel por criptomoeda no Brasil acontece em Valparaíso de Goiás

Já foi o tempo em que comprar um imóvel dependia apenas de dinheiro ou cheque. Agora, uma tendência mundial chega como opção para os brasileiros: a transação comercial por criptomoeda. A novidade será aplicada pela primeira vez no Brasil em Valparaíso de Goiás. No local, um estande de vendas vai converter a moeda digital em real para fechar negócio em um empreendimento instalado na cidade.

A modalidade de pagamento começou a ser empregada no último sábado (2), quando a desenvolvedora Plano Urbano iniciou a venda de lotes em um bairro planejado chamado parque Reserva do Vale intermediada pela primeira startup do Centro-Oeste, a goiana Terra Token. O emprego de criptomoedas é considerado mais seguro porque garante que as informações, transações e dados estejam protegidos de fraudes.

“Essa é uma tendência sem volta das operações financeiras mundiais, que ganharam inclusive impulso com a guerra e as restrições financeiras no leste europeu. O próprio Brasil já estuda a implantação do Real Digital”, diz o especialista em desenvolvimento e inovação imobiliária, Cleberson Marques.  O estímulo para a popularização da ideia se explica pela adesão do mercado e pelo aumento de investidores individuais para aumentar os negócios.

Para o diretor comercial da Plano Urbano, Emerson Vieira, objetivo de facilitar o pagamento dos lotes por meio da conversão das criptomoedas visa conquistar um novo mercado. “Acreditamos que daremos a nossa contribuição para criar uma cultura que, muito brevemente, se tornará uma prática usual do mercado”, afirma. 

A utilização desse tipo de moeda aumentou 73,3% no ano passado em relação ao anterior, conforme dados da Receita Federal. A primeira delas chegou ao país em 2008 e agora já são 5.536, número 30 vezes maior que o de moedas reais emitidas por governos, segundo o portal Você S.A.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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