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Verão chuvoso deve evitar reajuste na conta de energia e racionamento de água

Última atualização 22/02/2023 | 16:34

As fortes chuvas em todo o País devem fazer o boleto de energia elétrica pesar menos no bolso em 2023. O acréscimo é adotado quando há seca e os reservatórios de água estão menos cheios, o que demanda o acionamento de termelétricas e encarece a geração. Em Goiânia, o João Leite está com 99% da capacidade máxima. Nos demais, o estoque é alto, principalmente comparado ao mesmo período de anos anteriores. O racionamento de água também está descartado neste ano em Goiás. O Centro-Oeste está com 70% da capacidade, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

 

“Os mananciais estão respondendo à chuva. Quando passarem, as pessoas notarão que baixarão. O ideal é reservarmos água para o momento da estiagem. Os reservatórios de hidrelétricas estão com melhores níveis em relação aos de abastecimento para a população. Teremos uma ‘folguinha’ na época da seca sobre o pagamento de qualquer bandeira tarifária na conta de energia, apesar de estar chovendo um pouco menos, se levarmos em consideração outubro de 2021 a fevereiro de 2022. Foram 1,7 mil mm e agora já contabilizamos 1,1 mm”, afirma o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim.

 

Na avaliação do economista Luiz Carlos Ongaratto, a tendência de manutenção de preços da tarifa se deve ainda à ampliação de alternativas de fontes de energia renováveis, como a eólica e solar. A oferta de opções permite a compensação de geração. O consumo médio também deve se manter inalterado, o que impede a inclusão de maior demanda no cálculo do preço. “Outros fatores podem surgir e mudar essa perspectiva, mas o cenário atual é esse. O patamar de preço deve se manter o mesmo do ano passado.  A gente não está mais dependente da energia elétrica para a manutenção de preço. As chuvas no centro-sul do Brasil, onde se consome mais energia, têm ocorrido abundantemente”, explica.

 

Para os próximos meses, o prognóstico é de março e abril com menos chuvas. A região sudoeste começará a ter tempo mais estável, com pancadas menos frequentes e esporádicas a partir de março. A tempestade que atingiu a capital nesta semana era esperada, mas surpreendeu em algumas localidades. Os registros do Cimehgo apontam acumulado de 9,2 mm no centro de Goiânia, enquanto houver 91 mm nos setores Marista e Buenos.

 

A avenida Anhanguera ficou alagada a ponto de os pedalinhos do lago das Rosas invadirem a pista. O posto de atendimento de emergência de um plano de saúde próximo ao parque Zoológico também foi invadido pela água. A zona norte da capital também foi bastante afetada. Na perimetral norte, três carros ficaram ilhados após alagamento com a chuva e o muro de uma casa foi derrubado com a força da água. 

 

A coordenadora do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) em Goiás, Elizabete Alves, destaca que a previsão é demais chuvas ainda nesta semana.  “Estamos sob alerta laranja, o que significa chuva entre 30 e 60 milímetros por hora ou 50 a 100 milímetros por dia, ventos intensos variando de 60 a 100 quilômetros por hora, descargas elétricas de raios e trovões, e ainda pode ocorrer granizo, entre esta quarta até a madrugada de amanhã. A tendência é continuar as chuvas de verão nos próximos dias, ou seja, sol e pancadas de chuva”, pontua.