Vereador de Goiânia denuncia secretário por venda de área pública

Santana Gomes afirma que área pública foi concedida para a construção de um pit-dog por R$ 50 mil

O vereador Santana Gomes (PRTB) denunciou hoje (10) durante sessão plenária na Câmara Municipal de Goiânia, a concessão irregular de uma área pública próximo ao Paço Municipal, na Avenida Olinda, no Conjunto Sonho Verde, para a construção de um pit-dog. De acordo com o parlamentar, o acordo foi feito pelo vereador licenciado e titular da Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedetec), Paulo Henrique da Farmácia, para benefícios próprios.

Santana afirma que há um tempo atrás, em um período aproximado de dois meses, uma pessoa pediu a ajuda dele para conseguir montar um pit-dog na região. O vereador afirmou que não era possível pois se tratava de uma área pública “é impossível, é uma área pública que deve ter destinação”, disse. A pessoa então respondeu “estão me falando que com 50 mil (reais) a gente consegue até no Paço Municipal”. Santana então afirma não ter acreditado no que ouvia. Então, a pessoa disse “A Sedetec é a secretaria que autoriza essas concessões”.

O vereador, durante a tribuna, disse que ontem (9) esteve no local e havia a construção de um pit-dog no espaço com toda a documentação necessária. Santana questionou sobre o documento e a resposta que obteve foi de que a responsável pelo local trabalhava no Paço Municipal e era ligada ao prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos). Santana, com voz alterada, diz “prefeito, Rogério, eu não quero acreditar que Vossa Excelência ou alguém ligado ao senhor está vendendo espaço por 50 mil em área pública. Isso é caso de polícia!”, salienta.

Várias denúncias

O vereador continua a sua fala dizendo que ligou para o secretário  Valfran Ribeiro (Secretário Municipal de Planejamento Urbano e Habitação) e a resposta que obteve é de que já havia tido várias denúncias mas nenhuma obra foi autorizada pela pasta que ele ocupa e, sim, a Sedetec.

Santana ainda afirma “é um absurdo imaginar que as pessoas estão vendendo área pública para obter vantagem pessoal. É um crime e o prefeito (Rogério) não tem essa informação”.

O nome da beneficiária da concessão para a construção do pit-dog, segundo o vereador, é Rosangela Oliveira de Faria e Itacarambi. Ao final da fala, o vereador Anderson Sales Bokão diz “me causa estranheza esse sobrenome”, insinuando que o nome “Itacarambi” é de um chefe de gabinete de um ex-vereador da Casa. Ele reitera “agora entendi. É grave a denúncia, não pode deixar passar não”, conclui.

O vereador disse que entrou em contato com o titular da Sedetec, mas que agora vai procurar a justiça para o caso. Ao final, Santana diz “Prefeito, tome providências. Eu não quero vir aqui mais denunciar rolo na sua administração. Eu estou só coletando documentos, porque quando eu começar a soltar aqui, você vai ver um tanto de secretário preso”, afirma.

O jornal Diário do Estado entrou em contato com a assessoria do Paulo Henrique da Farmácia, mas até o momento de fechamento desta matéria, não houve retorno.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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