Durante sua prestação de contas na Câmara de Vereadores, o prefeito Iris Rezende externou seu desejo de mudar o trajeto do BRT (Bus Rapid Transit) Norte-Sul. No discurso, o peemedebista chegou a chamar o projeto de “trambolho de concreto” e defendeu que ele seja repartido em dois.
A ideia de Rezende é evitar que o transporte passe pelo Centro, dividindo-o em dois trechos. O primeiro ligaria a Região Norte à rodoviária e o outro sairia da Praça do Cruzeiro e iria até Aparecida de Goiânia. A proposta gerou polêmica entre os vereadores. Alysson Lima (PRB), presidente da Comissão Especial Temporária (CET) que apura as ações relacionadas ao contrato de construção do BRT, disse que conversou com o prefeito e ficou preocupado com a possível alteração.
“Vejo com preocupação, pois acaba por tirar a finalidade do projeto, que é ligar a cidade de ponta a ponta”, afirmou. “A preocupação não é só com a alteração, mas também com a questão financeira”, completou o vereador.
Para o parlamentar, a prefeitura deve pensar em alternativas viáveis para reduzir custos e não comprometer o projeto. Para Alysson Lima, uma das soluções plausíveis seria utilizar a Praça Cívica como contorno.
“Tem como encontrar uma solução. Na minha opinião, o mais viável seria contornar a Praça Cívica por outras avenidas, uma descendo, outra subindo. Assim, manter-se-ia a essência do BRT, que é ligar a cidade de norte a sul”
O BRT Norte-Sul faz parte do Pacto de Mobilidade, programa do governo federal. As obras estão paradas desde o ano passado por conta de atrasos na contrapartida municipal. O montante a ser pago já chega a R$ 11 milhões. Ademais, a prefeitura precisa apresentar garantias na casa dos R$ 35 milhões e arcar com cerca de R$ 7 milhões em desapropriações.
O secretário de Infraestrutura e Seviços Públicos, Fernando Bertoldi, garante que o município viabilizou os R$ 40 milhões concernentes às contrapartidas da Caixa Econômica Federal, cofinanciadora do projeto. A Prefeitura informou que pretende retomar as obras do BRT nas próximas semanas.