Vereador entra com ação contra aumento de passagem de ônibus

O vereador Eduardo Prado (PV) entrou, na última quinta-feira (25), com representação no Ministério Público de Goiás (MP-GO) que questiona o aumento do preço do transporte público em Goiânia e na região metropolitana.  Todos os contratos firmados entre as empresas, concessionárias e a Prefeitura de Goiânia apresentam cláusulas de revisão anual do valor e de melhoria na qualidade do transporte público, segundo o vereador, que explica que entrou com a representação diante das reclamações dos usuários sobre a falta de melhorias e segurança no sistema e, portanto, procura justificativa dos responsáveis acerca dos últimos aumentos da tarifa. “O aumento do combustível por si só não justifica esse aumento desse transporte precário que afeta negativamente a população”, disse Eduardo.

Prado entregou o documento para a promotora Leila Maria de Oliveira, que tem ainda mais cinco outros processos contra as empresas de transporte e aumentos de passagens que tramitam no judiciário desde 2016. A promotora entrou ainda ontem com ação de negligência pelo fato das empresas não estarem cumprindo os contratos, revela o vereador. “Aumentam em 9% a passagem de acordo com as suas ‘planilhas’ sem uma contrapartida para a sociedade”, explica.

O próximo passo, segundo o vereador, é aguardar com o Ministério Público a decisão liminar dos pedidos emitidos por ele e a promotora. “Esses processos demoram, mas o Judiciário precisa determinar que se cumpra as cláusulas contratuais e o que foi acordado previamente. Precisamos fazer a cobrança e fiscalização das autoridades e das empresas. Se entramos com as  ações e a justiça não segue em frente com elas, como vamos melhorar os serviços prestados a sociedade?”, indaga Eduardo.

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Dino dá prazo até as 20h para Câmara esclarecer pagamento de emendas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu prazo até as 20h desta sexta-feira, 27, para a Câmara dos Deputados responder a quatro questionamentos sobre o pagamento de emendas parlamentares. O prazo foi dado pelo ministro após a Câmara pedir a reconsideração da liminar de Dino que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.

No entendimento do ministro, a Câmara ainda não cumpriu as decisões de Corte que determinaram regras de transparência e rastreabilidade no repasse das emendas. “Assim, caso a Câmara dos Deputados deseje manter ou viabilizar os empenhos das emendas de comissão relativas ao corrente ano, deverá responder objetivamente aos questionamentos acima indicados até as 20h de hoje (dia 27 de dezembro de 2024), bem como juntar as atas comprobatórias da aprovação das indicações (ou especificações) das referidas emendas, caso existam”, decidiu o ministro.

Na decisão, Flávio Dino fez quatro perguntas que deverão ser respondidas pela Casa:

1 – Quando houve a aprovação das especificações ou indicações das emendas de comissão (RP 8) constantes do Ofício nº. 1.4335.458/2024? Todas as 5.449 especificações ou indicações das “emendas de comissão” constantes do ofício foram aprovadas pelas comissões? Existem especificações ou indicações de emendas de comissão que não foram aprovadas pelas comissões? Se não foram aprovadas pelas comissões, quem as aprovou?

2 – O que consta na tabela de especificações ou indicações de emendas de comissão (RP 8) como nova indicação foi formulada por quem? Foi aprovada por qual instância? Os senhores líderes? O presidente da comissão? A comissão?

3. Qual preceito da Resolução nº. 001/2006, do Congresso Nacional, embasa o referido Ofício nº 1.4335.458/2024? Como o Ofício nº. 1.4335.458/2024 se compatibiliza com os artigos 43 e 44 da referida Resolução?

4. Há outro ato normativo que legitima o citado Ofício nº. 1.4335.458/2024? Se existir, qual, em qual artigo e quando publicado?

Entenda

Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original da questão, Flávio Dino assumiu a condução do caso.

Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

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