Vereador Pavanato vira destaque em resistência ao mototáxi em SP

“Nikolas de SP” vira pedra no sapato de Nunes em guerra do mototáxi

Vereador Lucas Pavanato (PL) assumiu protagonismo entre motociclistas ao
combater a proibição do mototáxi imposta pela gestão Ricardo Nunes

São Paulo – Vereador mais votado da capital paulista, o bolsonarista Lucas
Pavanato (PL) ganhou protagonismo entre motociclistas nos últimos dias em meio à batalha
entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e as empresas de aplicativo em relação ao serviço de mototáxi.

As plataformas 99 e Uber retomaram a modalidade na cidade mesmo com a proibição
do serviço por um decreto municipal. Diante disso, a prefeitura moveu ações na
Justiça, apresentou queixa-crime na polícia e passou a fiscalizar e a apreender
motocicletas que estejam circulando como mototáxi.

Percebendo a onda de revolta entre a categoria, Pavanato passou a postar vídeos
em seu perfil no Instagram, onde tem 1,5 milhão de seguidores, “fiscalizando” os
agentes da prefeitura responsáveis pelas apreensões das motos e denunciando um
suposto abuso de autoridade da gestão municipal.

Ex-MBL e pupilo do ex-vereador Fernando Holiday, Pavanato tem um estilo
agressivo e utiliza uma linguagem digital, recheada de memes, para se comunicar
com o eleitorado pelas redes sociais.

As características geram comparações com o deputado federal Nikolas Ferreira
(PL-MG), um dos atuais fenômenos políticos da direita. O próprio Pavanato afirma
se inspirar no colega mineiro. Embora seja de um partido da base de Nunes, o
vereador diz ter uma atuação “independente”.

LIDERANÇA EM PROTESTO

O vereador também tomou a frente do protesto organizado por motociclistas na
última terça-feira (21/1). A motociata saiu da praça Charles Miller, em frente
ao estádio do Pacaembu, na zona oeste, e foi até a sede da prefeitura, na região
central.

> “O eleitor paulistano não votou em você [Ricardo Nunes] para perseguir
> trabalhador na cidade de São Paulo. É a prefeitura roubando o pão da mesa dos
> pobres”, gritava Pavanato em meio aos motociclistas durante a concentração em
> frente ao prédio do Executivo municipal.

Com a pressão e a gritaria, Pavanato conseguiu ser recebido ao lado de
lideranças dos motociclistas por representantes da Casa Civil e da Secretaria de
Transportes da prefeitura. Naquele momento, Nunes estava reunido no mesmo prédio
com o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tratar do tema.

Mais tarde, o perfil oficial do vereador publicou cenas dele discursando para os
profissionais, junto com trechos da reunião com os representantes da prefeitura,
na qual ele fazia questionamentos e ironizava as respostas que recebia em
relação à proibição do mototáxi e a cobrança de multas aos motociclistas.

A postura de Pavanato na reunião com a prefeitura irritou membros da gestão
municipal, que afirmam que ele se comportou mais como um representante comercial
da 99 do que como um parlamentar.

No dia seguinte à reunião, Pavanato voltou à sede da prefeitura para apresentar um documento com sugestões de regulamentação do mototáxi na cidade.

Após a entrega do ofício, o vereador postou uma foto na prefeitura ao lado de
representantes dos motociclistas e de uma representante da 99, com quem também
fez contato para a elaboração das sugestões.

Motociclistas ouvidos pela reportagem mencionam Pavanato como maior defensor
deles no campo político. Os profissionais enviam vídeos mostrando as apreensões
diretamente para o Whatsapp do vereador, que os replica nas redes sociais.

Nos vídeos em que aparece “fiscalizando” os bloqueios da prefeitura, Pavanato
afirma aos motociclistas que eles não são proibidos de realizar o serviço e pede
para que eles o avisem caso sejam impedidos.

A ofensiva do vereador também se dá no âmbito legislativo. Em coautoria com o
colega de Câmara Municipal Kenji Palumbo (Podemos), Pavanato apresentou um
projeto de lei prevendo a regulamentação do mototáxi na cidade.

Em reação ao PL, o vereador Marcelo Messias (MDB), fiel aliado de Nunes,
apresentou outro projeto em que proíbe a modalidade, atrelando uma eventual
liberação com a diminuição no índice de mortes no trânsito na capital.

> “Precisamos fazer uma análise para saber separar quem está preocupado com a
> saúde das pessoas e diminuir óbitos e quem está preocupado em ter seguidor e
> curtidas. É só ver o perfil das pessoas”, afirmou Ricardo Nunes nessa
> quinta-feira (23/1), ao ser questionado sobre o assunto.

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