Vereadora de Lençóis Paulista denuncia violência de gênero durante sessões da Câmara: entenda o caso de Isadora Ribeiro

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Vereadora de Lençóis Paulista denuncia supostos episódios de violência de gênero durante sessões da Câmara

Isadora Ribeiro (PSD) registrou dois boletins de ocorrência relatando
intimidações repetidas no plenário. Homem acusado de intimidá-la negou tudo e
afirmou que apenas exercia seu direito de acompanhar a sessão.

A vereadora Isadora Ribeiro (PSD), de Lençóis Paulista (SP), publicou em
seu Instagram um vídeo no qual relata estar sofrendo ataques ao seu mandato e
pede ajuda ao denunciar supostos episódios de violência de gênero.

No vídeo, publicado no início de agosto, a parlamentar cita um episódio de 28 de
julho, quando teria sido intimidada por um homem, identificado como Edilson José
Scudelette, que acompanhava a sessão da Câmara. Edilson negou as acusações e
afirmou que apenas exercia seu direito de acompanhar a sessão.

Ao DE, Isadora explicou sua versão dos fatos e contou que registrou um boletim de ocorrência na delegacia. Segundo ela,
sempre que pedia a palavra, era interrompida e provocada.

“Toda vez que eu ia me levantar para usar a tribuna, tinham uns senhores que
ficavam marchando, gargalhando, provocando. Até que, infelizmente, eu acabei
mordendo a isca e questionei um deles. Pedi ao presidente da Câmara que
retirasse a pessoa, mas ele me respondeu que eu deveria me comportar. Então,
me levantei e fui embora do plenário”, disse.

O DE também teve acesso a vídeos da sessão. Em
um deles, o mesmo homem, identificado como Edilson José Scudelette, aparece
dizendo: “Tá achando o quê? Você acha que eu vou dar 60 socos em você? Não vou
perder meu tempo”. Segundo a vereadora, a fala seria uma referência ao caso da
mulher agredida pelo namorado com mais de 60 socos em Natal (RN).

Ela afirma que a intimidação continuou mesmo após um pedido de ajuda no
plenário: “É isso que acontece quando uma mulher está tentando falar. Depois, na
saída, ele começou a me chamar de cara de pau, de picareta, e chegou a falar
aquilo dos ’60 socos'”, relatou.

Isadora também teve acesso a dois boletins
de ocorrência registrados pela vereadora. O primeiro, feito em 12 de maio,
relata um episódio de 22 de abril, quando ela diz ter sido constrangida por dois
homens (não identificados) em plenário e pediu que fossem retirados.

O segundo boletim, de 8 de agosto, se refere ao episódio de 28 de julho. Nele,
Isadora afirma que foi intimidada novamente pelo mesmo homem, que, ao final da
sessão, teria feito a referência aos “60 socos”. A parlamentar disse se sentir
ameaçada em seu ambiente de trabalho.

Isadora relatou ainda estar enfrentando duas representações na Comissão de Ética
por quebra de decoro.

Em nota enviada ao DE, Edilson disse
que a vereadora usa a tribuna para ataques pessoais a opositores, sem apresentar
provas de intimidação.

Ele também criticou o uso das redes sociais pela parlamentar para expô-lo
publicamente e considerou que a atitude “extrapola os limites do respeito, da
ética e da responsabilidade que devem nortear a atuação de qualquer agente
público”.

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