Vereadora pede intervenção do Estado na Secretaria Municipal de Saúde

Proposta causou tumulto e discussões acaloradas entre vereadores da base aliada do prefeito e oposição

A vereadora Sabrina Garcêz (PMB) pediu, por meio de requerimento apresentado na sessão plenária de ontem na Câmara Municipal, a intervenção na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. O pedido foi feito ao governador Marconi Perillo, ao Procurador-Geral da Justiça, Benedito Torres, e ao presidente do Tribunal de Justiça, Gilberto Marques por meio de requerimento apresentado na sessão plenária da Câmara Municipal, ontem pela manhã. “A gestão da saúde pública em Goiânia precisa ser restabelecida. Que seja feita uma intervenção por tempo indeterminado até resolver o problema”, justificou a parlamentar.

A proposta de Sabrina causou tumulto e discussões acaloradas entre vereadores da base aliada do prefeito e oposição. “A forma da secretária Fátima Mrué administrar a saúde pública em Goiânia é um total desrespeito ao direito da pessoa humana, aliás, uma afronta à dignidade humana”, destacou.

Como forma de convencimento e justificativa ao pedido, a parlamentar utilizou a tribuna para exibir reportagens de telejornais locais abordando a situação “caótica” no atendimento dos postos de saúde da cidade. “Está faltando tudo, é preciso dar um basta nesse caos”, resumiu. “Essa dignidade, garantida por Lei não está sendo respeitada pela Prefeitura de Goiânia. A CEI da Saúde já mostrou os horrores que a população goianiense vem sofrendo com essa situação. O desrespeito ao cidadão e à vida está escancarado com centenas de pessoas morrendo em filas de Cais e hospitais. Só uma intervenção estadual para resolver esse caos”, concluiu.

O motorista Elidelmar Resplande estava ontem no Cais de Campinas tentando internação para a filha de 1 mês e 15 dias. A suspeita é de que a criança esteja com pneumonia. “Estamos desde às 21 horas de terça-feira aqui e até agora não conseguiram vaga para a minha filha. Estamos desesperados com ela passando mal”, contou, ao lado da esposa Santana Barros Machado. Até o fechamento desta edição, a criança não havia sido internada.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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