Vereadores de BH aprovam uso da Bíblia em escolas como ‘material complementar’
Os vereadores de Belo Horizonte, durante reunião, aprovaram a proposta do uso da Bíblia em escolas públicas e particulares como material complementar para abordar aspectos culturais, históricos, geográficos e arqueológicos. A iniciativa foi motivada pela vereadora Flávia Borja (DC), autora do projeto, que defende a inclusão de histórias de civilizações antigas, como Israel e Babilônia, e a exploração de gêneros literários variados, como crônica, poesia e parábola. O texto agora segue para avaliação do prefeito, que poderá decidir pela sanção ou veto da proposta.
A votação do projeto ocorreu nesta terça-feira (8) e contou com 28 votos favoráveis, 8 contrários e 2 abstenções. Durante a sessão, o vereador Pedro Patrus (PT) apresentou uma emenda que visava proibir a abordagem com conotação religiosa, porém, a emenda foi rejeitada por 25 votos contra e 13 a favor. A medida despertou debates sobre a laicidade do estado e a possibilidade de constrangimento de alunos com diferentes crenças.
Para garantir a liberdade religiosa dos estudantes, o texto aprovado assegura que a participação nas aulas com conteúdo bíblico não seja obrigatória. A vereadora Flávia Borja ressaltou a importância de incluir outras religiões, como as de matrizes africanas, no currículo escolar como forma de valorizar e disseminar a diversidade cultural presente na sociedade. O debate sobre a necessidade de respeitar a pluralidade religiosa segue em pauta.
Após a fase de redação final, o projeto será encaminhado ao prefeito Álvaro Damião, do partido União Brasil, que terá um prazo de 15 dias para decidir se sanciona ou veta a proposta. A possibilidade de utilização da Bíblia como material complementar nas escolas desperta reflexões sobre a relação entre educação e religião, evidenciando a importância de se promover o respeito e a tolerância religiosa no ambiente escolar.
Durante a votação, cada vereador manifestou sua posição em relação ao projeto. A diversidade de votos reflete a complexidade do tema e a necessidade de ampliar o diálogo entre diferentes perspectivas. A decisão final do prefeito será aguardada com expectativa pela comunidade escolar e pela sociedade em geral. É essencial que as políticas educacionais considerem a diversidade de crenças e valores presentes na sociedade, promovendo o respeito mútuo e o entendimento entre todos os envolvidos. O Diário do Estado acompanhará de perto os desdobramentos desse importante debate em Belo Horizonte.