Vereadores de São Paulo debatem fim do home-office pós pandemia: salário de R$ 26 mil e vale-refeição de R$ 1.859

Com salário de R$ 26 mil e vale-refeição de R$ 1.859, vereadores de SP debatem o fim do home-office, 3 anos após a pandemia acabar

Novo presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União Brasil), disse ser contra o modelo 100% presencial, mas prometeu colocar o assunto em votação na volta dos trabalhos legislativos, a partir de 4 de fevereiro.

Os vereadores de São Paulo: Silvia Ferraro (PSOL), Eliseu Gabriel (PSB), Ricardo Teixeira (União) e Janaína Paschoal (PP). — Foto: Montagem/de/Rede Câmara

A posse dos 55 vereadores de São Paulo eleitos para o mandato 2025-2028 foi cercada de discussões que prometem dar o tom do que será o ano legislativo na maior cidade da América Latina neste ano.

Além do bate-boca entre vereadores da extrema direita e da esquerda por conta de um pedido de anistia para Jair Bolsonaro (PL) e os golpistas de janeiro de 2023, os vereadores usaram o 1° encontro da casa para debater temas polêmicos, como o fim do trabalho home-office dos parlamentares.

Apesar do fim da pandemia da Covid-19 no Brasil em 2022, os parlamentares continuam com o direito de participar das sessões plenárias de casa, sem necessidade de justificar a ausência em plenário para a Mesa Diretora do Poder Legislativo.

Durante a sessão que elegeu Ricardo Teixeira (União Brasil) presidente da Câmara em 2025, os vereadores Eliseu Gabriel (PSB) e Silvia Ferraro (PSOL) pediram que o novo mandatário revogue o que eles chamam de “fim do plenário virtual”, que dá o direito dos parlamentares participarem das votações importantes da Casa remotamente.

O vereador Eliseu Gabriel (PSB), que, por ser o mais velho do Legislativo, conduziu o processo de eleição da Mesa Diretora, também foi da mesma opinião.

Recém-chegada à Câmara, a vereadora Janaína Paschoal (PP), ex-deputada estadual da Alesp, disse ao DE que estranhou o modo de trabalho dos vereadores que moram na cidade e não precisam aparecer para registrar voto em plenário.

Paschoal defendeu a volta do trabalho 100% presencial dos parlamentares, com autorização para a participação virtual em “circunstâncias excepcionais”.

O vereador Ricardo Teixeira (União Brasil), eleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo em 2025, disse que é contra a volta do trabalho 100% presencial, mas prometeu colocar o assunto em votação na volta dos trabalhos legislativos, a partir de 4 de fevereiro.

A partir de fevereiro, quando iniciarem oficialmente os trabalhos, os vereadores passarão a receber R$ 1.859 de vale-alimentação. Na Legislatura passada, os parlamentares não tinham direito ao auxílio, que era exclusivo para funcionários concursados da Câmara, comissionários e contratados sob regime CLT.

Em sessão realizada em novembro passado, apenas a bancada do PSOL e a vereadora Cris Monteiro (Novo) votaram contra a concessão do benefício aos parlamentares. A medida foi aprovada duas semanas após a decisão sobre o aumento de 37% nos salários dos vereadores, votada em menos de meio minuto, que também começa a valer a partir deste ano.

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Pesquisa revela: Bactéria transforma milho e salva sua pipoca

Como uma bactéria pode salvar a sua pipoca

Pesquisa usa a chamada agrobacterium para transformar o DNA do milho e tornar
ele mais resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças
climáticas. O DE foi até Campinas (SP) conhecer o estudo.

Prato do Futuro: pesquisa cria milho mais resistente ao calor

Já pensou que uma bactéria poderia salvar a sua pipoquinha? Uma pesquisa tem
usado a chamada agrobacterium para transformar o DNA do milho e tornar ele mais
resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças climáticas.

O estudo de edição gênica do milho é da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) e, neste episódio da série Prato do Futuro, o DE foi até a
unidade em Campinas (SP) para entender como ele funciona. Confira no vídeo acima.

A pesquisa tem o objetivo de fazer o milho tolerar até 2°C acima da sua
temperatura ideal, que é entre 28°C e 30°C. Além disso, durante a experiência, é
fornecido menos água, apenas 20% de sua quantidade ideal de antes da alteração.

Os resultados preliminares demonstram que as plantas modificadas tiveram um
aumento de 10% da produção.

Bactéria é inserida nos embriões do milho. — Foto: Rafael Leal / DE

POR QUE O MILHO PRECISA SER SALVO?

A elevação da temperatura do planeta já é de 1°C comparado a níveis
pré-industriais e deve subir ainda mais, chegando a 1,5°C entre 2030 e 2050,
segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)
da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por causa do aquecimento do planeta, 8% da flora do planeta pode desaparecer das
suas áreas tradicionais, afirma o relatório do IPCC.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, representando cerca de
11,7% do fornecimento mundial. O país fica atrás dos Estados Unidos (30,3%) e da China (24,1%).

Nas últimas duas décadas, a produção brasileira de milho teve um crescimento
contínuo de 5,2% ao ano, mostra um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária
e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.

Para a safra 2024/2025, a área, que está em fase de plantio, deve se manter
estável, em torno de 21 milhões de hectares, estima a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab). Com a expectativa de recuperação na produtividade, a safra deve chegar a 119,8 milhões de toneladas.

POR QUE FAZER O MILHO FICAR ROXO AJUDA NA PESQUISA?

Milho roxo com genética modificada para alta tolerância a seca e calor —
Foto: Reprodução / DE

Para descobrir se o gene que foi alterado se desenvolveu, os pesquisadores
inserem junto da agrobacterium um marcador genético, que tem a capacidade de
mudar a cor dos grãos.

Assim, durante a fase de embrião, é possível ver a coloração por microscópio.
Quando o milho se desenvolve, toda a espiga assume a cor.

Mas, quando o estudo for finalizado e a nova variedade for ser comercializada,
esse marcador não será mais inserido. Portanto, o milho vai continuar sendo
amarelo.

Alteração da coloração do milho pode ser vista por microscópio. — Foto:
Rafael Leal / DE

PRONTO PARA O MUNDO

Ao longo do seu desenvolvimento, a planta passa por diversos ambientes. Em sua
fase mais jovem, ainda vive em meio de temperatura ideal, na sala de
aclimatação, até ir para uma estufa com clima extremo.

Usando uma luz que replica as ondas solares, climas diferentes são testados, bem
como a quantidade de água fornecida varia.

Os pesquisadores observam como a planta se comporta e se ela vai entrar em
estresse térmico, quando não consegue mais realizar a fotossíntese corretamente.
Assim, é possível entender se o experimento funcionou ou não.

As plantas que se mostram resistentes têm sua genética replicada por meio de
polinização.

Os testes também incluem o plantio em lavoura, para ver se o milharal sobrevive
no mundo real.

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