Vereadores de Taubaté apresentam relatório final de CPI da saúde: Prefeito e secretários citados. Ministério Público será acionado.

Vereadores de Taubaté apresentam relatório final de CPI que investiga problemas na saúde

Documento final diz que responsáveis pela atual situação da saúde no município são o prefeito José Saud (PP) e alguns secretários; Prefeitura de Taubaté informou que CPI não aponta em sua conclusão nenhum dolo à gestão da saúde do município, nem má fé de nenhum dos agentes políticos citados.

Vereadores de Taubaté apresentaram na última sexta-feira (29) o relatório final sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou problemas na saúde da cidade. No relatório de 90 páginas, os vereadores participaram da CPI entenderam que os responsáveis pela atual situação da saúde no município são o prefeito José Saud (PP), o secretário de saúde Mário Peloggia, a secretária de administração Monique Vidal e o diretor adjunto de saúde, Fabrício Vellasco.

Entre os problemas apontados pelos vereadores estão a falta de atitudes concretas do prefeito e da equipe dele para resolver o atendimento prestado pelas organizações sociais diante da escassez de recursos.

No relatório, é citado o exemplo da contratação de uma Organização Social (OS) para cuidar da unidade de pronto atendimento. O contrato tinha como previsão de atendimento mensal de cinco mil pessoas, quando, na realidade, a unidade realizava dez mil atendimentos.

O relatório será encaminhado para o Ministério Público Estadual e Federal para possíveis atos de improbidade administrativa sejam apurados. O relatório também fará recomendações à Prefeitura, como a contratação de apenas uma organização social para cuidar de todas as unidades de saúde.

A CPI foi instaurada pelos vereadores de Taubaté em fevereiro de 2023 para apurar problemas nos contratos com as organizações sociais responsáveis pela administração de quatro unidades de pronto atendimento de Taubaté. Foram realizadas sete reuniões ordinárias e 17 oitivas para ouvir as pessoas ligadas às organizações sociais, além de servidores municipais que participaram das licitações. Os trabalhos da CPI terminaram sem que o prefeito José Saud e o secretário de saúde, Mário Celso Pellogia, fossem ouvidos. Eles não compareceram quando foram intimados.

A Prefeitura de Taubaté informou que a CPI não aponta em sua conclusão nenhum dolo à gestão da saúde do município, nem má fé de nenhum dos agentes políticos citados. Diz ainda que o relatório é ineficaz. Na nota, o governo José Saud disse que reitera o compromisso com a saúde e o bem-estar da população e com a correta gestão dos recursos públicos. Por telefone, Monique Vidal disse que foi chamada pela CPI como testemunha e prestou todos os esclarecimentos. Ela afirma que não houve irregularidades nos processos licitatórios que passaram pela secretaria de administração e, antes de serem publicados, passaram pelo Departamento Jurídico.

Mário Celso Peloggia e Fabrício Velasco não atenderam às ligações da reportagem.

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Governador de SP defende isenção de IPVA para carros híbridos em coletiva

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao comentar o projeto de isenção de IPVA para veículos híbridos, em coletiva sobre o balanço da gestão nesta quarta-feira (18), afirmou que para além da questão ambiental, a legislação deve se preocupar com os interesses econômicos do estado. “A gente tem que pensar na vocação do Estado de São Paulo. Para onde eu quero direcionar a indústria automobilística no Estado de São Paulo, o que é mais aderente à nossa vocação?”, indagou. De acordo com o governador, um dos fatores da prioridade para veículos híbridos é o interesse das marcas estrangeiras em produzir os automóveis no estado.

O governador citou, ainda, o histórico de SP com os biocombustíveis, como o etanol, como motivação para o benefício proposto no projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) na última terça-feira (10). “Nós temos o ciclo da cana, que é o ciclo onde tudo se aproveita, onde a gente tira o etanol de primeira geração, etanol de segunda geração, o biometano, o hidrogênio que vem a partir da reforma do etanol, o combustível sustentável de aviação, e é óbvio que o estado de São Paulo tem que se voltar para os biocombustíveis”, afirmou. Segundo o PL, apenas os veículos leves movidos a hidrogênio e híbridos não vão pagar o imposto de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2026. A partir de 2027, segundo o texto, a taxa volta a ser cobrada gradualmente, até chegar em 4% – valor atual – em 2030. Além dessas especificações, o automóvel também não pode custar mais de R$ 250 mil.

Sobre a possibilidade de alguém que utiliza gasolina como combustível de um carro híbrido flex utilizar o benefício, o secretário afirmou que as pessoas já preferem o etanol à gasolina e que não havia um desejo de forçar o consumidor. “Seria um pouco perigoso, do ponto de vista estratégico, que a gente forçasse de alguma maneira a não possibilidade da utilização da gasolina porque os biocombustíveis podem ter algum problema de safra e aí a gente desprotegeria, estrategicamente, o nosso estado e o nosso país”, justificou. Kinoshita explicou, também, que o limite de preço para o veículo vai incentivar as montadoras a produzirem carros mais baratos.

Em outubro de 2023, o governador Tarcísio vetou um projeto de lei parecido, mas que incluía veículos elétricos. Em junho deste ano, quando estava prevista a votação do projeto aprovado agora, o deputado estadual Antônio Donato (PT) autor do PL vetado questionou o motivo da retirada dos carros elétricos da proposta. “A gente está batalhando para que ela faça parte junto com todas as possibilidades da descarbonização, mas entendemos que a mais eficiente é o carro 100% elétrico”, afirmou. De acordo com Marcelo Barbieri, Presidente da Associação Paulista de Municípios, a medida de isenção do IPVA para veículos híbridos não significa que a medida não seja necessária.

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