Vereadores pedem prisão de secretaria Fátima Mrué

Comissão também aprovou requerimento para busca e apreensão de documentos que foram solicitados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas o órgão teria se negado a apresentar

Os vereadores integrantes da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde votaram e aprovaram, em reunião extraordinária na manhã de ontem, pedido de prisão preventiva contra a secretária de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué.

A comissão também aprovou requerimento para busca e apreensão de documentos que foram solicitados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas o órgão teria se negado a apresentar. Os pedidos serão encaminhados ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) que pode ou não acatar as solicitações.

A atitude é em resposta à declaração do vereador Clécio Alves (MDB), presidente da CEI, que afirmou ter recebido ofícios da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), afirmando que a pasta não mais responderia aos questionamentos do colegiado. O Jornal Opção entrou em contato com a SMS, mas ainda não obteve resposta.

“O que a secretária está fazendo é criar dificuldades, obstruir as investigações da CEI. Não responder a solicitações de uma comissão de inquérito é obstrução de investigação. Isso está tipificado no código penal e cabe prisão preventiva. Para nós, isso está muito claro”, disse o vereador relator da CEI, Elias Vaz (PSB).

Quanto ao pedido de busca e apreensão de documentos, o parlamentar diz que a CEI teria autonomia para expedir mandado sem o intermédio do MP, mas o colegiado decidiu pelo trâmite via poder judiciário. “Caberia à própria CEI decidir pela busca e apreensão, mas achamos mais conveniente provocar o judiciário, até para termos maior respaldo nesse caso”, disse.

Segundo o vereador, não cabe o argumento de que as informações solicitadas não estariam relacionadas ao âmbito da investigação. “São informações claramente necessárias para as investigações e o não fornecimento desses documentos é absurdo. Uma clara tentativa de proteger irregularidades”, opinou.

Também foi aprovado o requerimento para convocação de Fátima Mrué para novo depoimento na próxima sexta-feira (13). Os vereadores querem explicações quanto ao caso dos aparelhos de raio-X em contrato com a Techcapital e a existência de equipamentos novos no almoxarifado da secretaria.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp