A realização anual de check-up para a prevenção e diagnóstico precoce da doença renal crônica em gatos e em cães é recomendada pela veterinária Layla Queiroz, mestre em Ciência Animal com pesquisa na área de Doença Renal, entrevistada na última quarta-feira (14) no estúdio do Diário do Estado. Os cães e gatos são as maiores vítimas, sendo mais comum naqueles que já estão em idade avançada, podendo levar a falência dos rins.
No decorrer da vida, as células dos rins dos animais afetados pela doença morrem, levando a diminuição do funcionamento renal, havendo ainda o risco de paralisa total do mesmo. “É uma doença progressiva e irreversível, que atinge muito mais os gatos do que os cães, sendo que cerca de um terço dos felinos são vítimas”, explica. Os gatos possuem uma expectativa de vida maior do que os cães, entretanto, segundo a veterinária, nascem com número menor de células do rim quando comparados com outros mamíferos, fazendo com que as consumam mais do que qualquer outro animal, podendo diminuir essa longevidade.
A doença renal crônica é silenciosa, explica a veterinária, e, na maior parte dos casos, o diagnóstico é feito tardiamente, já que seus sinais clínicos e físicos se manifestam apenas no estágio mais avançado e preocupante do problema. “Nos estágios mais avançados, pode-se perceber que o animal costuma beber mais água do que está acostumado, urina com mais frequência, perde o apetite, pode apresentar vômito, diarreia e hálito forte”, alerta a veterinária.
Ainda segundo ela, para evitar que a doença chegue em um nível irreversível, é preciso levar o animal para fazer check-ups anuais, onde são realizados exames de sangue e urina, para prevenir antes que seja tarde demais. “Quando o animal chega na terceira idade, que é por volta dos seus sete anos, já é importante ficar mais alerta para esses riscos e estar sempre levando a um profissional”, complementa.
Não existe cura para a doença renal crônica nos animais, explica a veterinária. É preciso fazer um tratamento focado em melhorar a qualidade de vida para que os pets possam conviver com o problema, evitando sua progressão, e até aumento a duração de suas vidas. “É recomendável que gatos consumam alimentação úmida, como patês, desde a infância, pois ela contem mais líquido do que a ração tradicional, o que ajuda na prevenção da doença renal”, recomenda.
O tratamento depende do estado do animal, levando a necessidade do consumo de rações diferenciadas e remédios específicos, detalha ainda Queiroz. Em uma fase muito avançada, o pet talvez não tenha resposta ao tratamento e pode falecer.
Março Amarelo
O Março Amarelo já é conhecido como o mês que amplia a conscientização dessa doença na medicina tradicional e foi aproveitado também no âmbito dos animais, para poder prevenir todos os seus tipos e divulgar ainda mais esse risco, que afeta pessoas e animais no mundo.