Última atualização 18/05/2023 | 15:45
O número de acidentes em Goiás aumentou 0,8% nos primeiros quatro meses de 2023. Mesmo com o aumento considerado baixo, o volume de ocorrências surpreende, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP). Ao todo, entre janeiro e maio, foram contabilizados 32.781 acidentes, totalizando 11 por hora, 273 por dia e 8.195 ao mês. No mesmo período do ano passado foram 32.502 Registros de Atendimentos Integrados (RAIs).
O número de óbitos também surpreende. Em 120 dias, a SSP contabilizou 446 mortes no trânsito em todo o estado. Deste total, 67 (15%) ocorreram em Goiânia. A capital, inclusive, também é responsável por 11.638 (35,5%) de todos os acidentes que ocorreram no estado em 2022.
“A principal vítima do trânsito é o motociclista. No ano passado, por exemplo, tivemos 200 mortes no trânsito da capital. Destas, 115 foram de motociclistas. Em 2021 ocorreu da mesma forma. Tivemos 216 mortes, dentre as quais, 128 envolviam motociclistas. Em muitas das situações de morte foi a vítima que deu causa ao evento”, afirmou o delegado da Delegacia de Crimes de Trânsito, Hellyton Carvalho.
Condutor e passageiro morrem em Goiânia
No dia 20 de abril, por exemplo, dois jovens morreram após serem atingidos por um veículo de luxo no viaduto da Avenida T-63, em Goiânia. As imagens de câmera de segurança mostraram o veículo na contramão indo na direção da moto em que estavam o motociclista por aplicativo Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, e o garçom David Antunes Galvão, de 21 anos.
O piloto da moto tentou se livrar do impacto, mas bateu em cheio e foi arremessado junto com o passageiro. Os dois morreram na hora. Leandro estava trabalhando há cerca de quatro dias como motorista de aplicativo, quando aceitou a corrida de David, que voltava do trabalho.
Causas
Para Hellyton, o número de acidentes pode estar envolvido com a quantidade de veículos que trafegam pelo estado. Segundo o Departamento de Trânsito de Goiás (Detran), o estado conta com uma frota de mais de 4,5 milhões de automóveis.
O delegado afirma ainda que outros fatores também estão ligados a violência no trânsito, como o desrespeito à sinalização e as condições da malha asfáltica do estado.
“Há fatalidades que, inevitavelmente, acabam ocorrendo. Porém, a grande maioria dos acidentes ocorrem devido ao desrespeito e a não observância das regras de trânsito. São muitos os casos de indivíduos que não respeitaram a preferência das vias, que não obedeceram às sinalização e semáforos. A educação é uma das principais ferramentas para o combate a violência no trânsito”, concluiu.