A Polícia Federal pediu a prisão preventiva do vice-prefeito de Itaúna, Hidelbrando Canabrava Rodrigues Neto, no âmbito da Operação Rejeito, que investiga um esquema bilionário de corrupção no setor de mineração em Minas Gerais. A investigação aponta que Hidelbrando Neto era sócio de empresas envolvidas e atuava como facilitador técnico do grupo. Após a repercussão do caso, ele foi exonerado do cargo de secretário municipal de Meio Ambiente. O Diário do Estado teve acesso ao documento que o cita como interlocutor técnico e societário, sendo sócio formal de uma das empresas envolvidas.
Segundo a PF, Hidelbrando Canabrava Rodrigues Neto teria um papel significativo como facilitador jurídico e técnico nas parcerias com empresas e órgãos públicos estaduais, além de sua atuação na prestação de contas e estruturação financeira das transações. Sua experiência anterior em cargos ligados ao meio ambiente no Estado e o atual cargo de vice-prefeito reforçariam sua posição como figura de confiança do grupo suspeito de comandar as operações ilícitas. A solicitação de bloqueio de bens do político inclui um lote em Itaúna, três casas em Prudente de Morais e a apreensão de uma caminhonete.
A Prefeitura de Itaúna se pronunciou afirmando que os fatos relacionados a Hidelbrando não têm relação com suas funções públicas municipais, tanto como vice-prefeito quanto como titular da pasta de Meio Ambiente. Ele foi exonerado das funções na Secretaria Municipal de Meio Ambiente até que tudo seja esclarecido. A Operação Rejeito, deflagrada pela PF, tem o objetivo de desmantelar um esquema de corrupção no setor de mineração em Minas Gerais. Entre os presos está o diretor da ANM, Caio Mário Seabra, e a Justiça Federal determinou 22 prisões e bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens.
O grupo investigado corrompia servidores públicos para liberar autorizações ambientais irregulares, explorava minério de ferro em áreas de preservação e lavava dinheiro por meio de dezenas de empresas de fachada. Os crimes envolvem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, além de crimes ambientais e contra a ordem econômica. A TV Integração tentou contato com Hidelbrando Neto e sua assessoria pessoal, por telefone e mensagem, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O Diário do Estado aguarda manifestação da defesa do vice-prefeito sobre o caso.