Vídeo: Em Ceres, chuva forte causa enchente, derruba árvore e muro de arrimo quase vai ao chão
A forte chuva que caiu em Ceres causou estragos na tarde desta segunda-feira, 14. O Corpo de Bombeiros atendeu cinco ocorrências. A previsão do tempo é de mais pancadas para hoje, terça-feira, 15, no feriado de Proclamação da República. Não houve vítimas.
“A equipe começou a ser acionada por volta das 17h30 aqui em Ceres. Foram duas ocorrências por inundação em residência, outras duas por risco de queda de muro de arrimo e outra por queda de árvore”, afirma o soldado do Corpo de Bombeiros, Felipe Porto.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chance de chuva para a tarde e a noite de hoje em Ceres é de 80%. As temperaturas devem variar entre 20ºC e 29ºC. A combinação de calor e umidade somada a uma frente fria vindo da região norte do Brasil explicam as tempestades em Goiás.
O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, diz que foram 40 milímetros de água em apenas 20 minutos, por isso os alagamentos. “A nuvem de tempestade se formou muito rapidamente e, em vez de chover espaçado, as pancadas foram concentradas. É muito para pouco tempo”, destaca.
Ele lembra que há previsão de chuvas mais volumosas na parte centro-norte do estado de Goiás. André lembra que permanece o alerta Para o risco potencial para formação de tempestades nesta região.
Nesses casos, a orientação é permanecer dentro do veículo, se estiver nele e fechar os vidros, mas se estiver em casa e não houver risco, o pedido é para que as pessoas não saiam da residência. Ficar abaixo de árvores e postes não é recomendado, assim como ficar próximo a fiação elétrica, usar objetos metálicos e utilizar equipamentos eletrônicos.
Deve-se tomar cuidado com buracos, bueiros, evitar contato ao máximo com a água desses espaços, a fim de evitar o contágio de doenças, e tomar cuidado com crianças e com idosos para evitar quedas em terrenos escorregadios ou atingidos por descarga elétrica.
O socorro pode ser feito pelo Corpo de Bombeirosatravés do telefone 193, pela Polícia Militar, no 190, para informar sobre vítimas ou solicitar apoio, ou pela Defesa Civil.
Câmara dos Deputados aprova castração química para pedófilos
A Câmara dos Deputados aprovou hoje, 12, a castração química de pedófilos. Foram 367 votos favoráveis, 85 contrários e 14 abstenções. A proposta foi inserida durante a votação de um que projeto que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para estabelecer o cadastro nacional de pedófilos. O texto segue agora para o Senado.
Pelo projeto, o cadastro permitirá a disponibilização de dados dos condenados com trânsito em julgado por crimes relacionados a abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Caberá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a centralização das informações em uma plataforma com os dados de qualificação do condenado, inclusive fotografia.
Em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia sancionado uma lei com o mesmo teor. A Lei 15.035/2024 inclui no Código Penal autorização para a realização de busca pública pelo nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de condenados pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável, exploração sexual de crianças e adolescentes e exploração da prostituição, além da conduta de filmar e divulgar vídeos íntimos de terceiros sem autorização.
Jabuti
Inicialmente, a proposta de castração química foi apresentada como uma emenda de plenário. A relatora do projeto, Delegada Katarina (PSD-SE), rejeitou a proposição por ferir o acordo de líderes para a votação do texto principal.
“Em virtude do acordo político construído em Plenário, para que o texto principal seja aprovado, rejeitamos a emenda”, justificou.
Com a rejeição, foi apresentado um destaque pelo PL, para votar a castração química. A inclusão foi criticada em plenário. A deputada delegada Adriana Accorsi (PT-GO) reiterou que o destaque não fazia parte do acordado pelos líderes partidários. “Essa votação está desrespeitando a minha colega, Delegada Katarina, que colocou aqui que essa emenda não fazia parte dos projetos de lei acordados pelos líderes”, apontou.
Debate
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) disse que a castração química não vai contribuir para a proteção de crianças e adolescentes, uma vez que os pedófilos podem utilizar de outros meios, inclusive virtuais para praticar violência sexual, contra crianças e adolescentes.
“O estupro hoje se dá de diversas maneiras. Há estupro até virtual. Portanto, resolver a questão peniana, como alguns dizem aqui, não resolve a cabeça do estuprador ou a sua capacidade de ferir uma criança. Quando, no entanto, uma criança é estuprada e fica grávida do estuprador, a maioria deles defende que a criança seja obrigada a ser mãe”, disse a deputada se referindo à tentativa de parlamentares de votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/2012, que proíbe o aborto legal no Brasil.
A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) também ocupou a tribuna para criticar a medida, classificando como farsa. Talíria, que é mãe de uma menina de quatro anos, disse que a iniciativa é hipócrita e visa promover populismo penal.
“Essa matéria é uma farsa”, disse. “A política pública precisa resolver concretamente o problema da violência sexual contra crianças que é uma epidemia, um drama no Brasil. Isso passa primeiro por prevenção. Primeiro eu tenho que impedir que as meninas e crianças sejam estupradas, com educação sexual nas escolas, prevenção, campanhas e, depois, a responsabilização do agressor. O estupro, a violência sexual tem relação com o poder e não adianta castrar um homem porque ele vai seguir sendo um agressor, violentando essas crianças de outra forma. O que está acontecendo aqui é uma farsa”, criticou a deputada.
O deputado Sanderson (PL-RS) defendeu a iniciativa, com o argumento de que a castração é adotada em outros países, como os Estados Unidos, Rússia, Polônia, Israel, Indonésia, entre outros.
“Esse é um projeto importante. É uma medida menos gravosa, porque o ideal era a pena de morte para pedófilo. O código penal, inclusive, não traz ainda o tipo penal de pedofilia. Usamos o estupro de vulnerável, que a pena é de oito anos”, disse. “A castração química dará o resultado positivo, acabando com essa febre de pedofilia”, discursou.
Atualmente, não há um dispositivo específico para pedofilia no Código Penal. Pelo texto aprovado, a castração química será aplicada cumulativamente às penas já previstas para os crimes de violência e exploração sexual previstas tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) quanto no Código Penal.
Segundo o destaque aprovado, a medida será realizada mediante o uso de medicamentos inibidores da libido, nos termos regulamentados pelo Ministério da Saúde, observando-se as contraindicações médicas.