Uma força tarefa foi montada nesta segunda-feira, 3, para investigar as 125 mortes que ocorreram dentro de um estádio de futebol, na Indonésia. Dentre as vítimas estão 32 crianças, com idades entre 3 e 17 anos. Elas foram esmagadas por torcedores que entraram em pânico ao tentar escapar do estádio lotado em Malangue, Java Oriental, neste sábado, 1º.
A confusão ocorreu após a polícia disparar gás lacrimogêneo contra os torcedores do time da casa, a fim de dispersar a torcida que havia invadido o campo no final da partida do campeonato nacional, após o time perder. A comissão de direitos humanos do país, inclusive, tem questionado o uso de gás lacrimogêneo pela corporação.
Apuração
O ministro-chefe da Segurança da Indonésia, Mahfud MD, disse à Reuters que o governo formará uma equipe independente de apuração de fatos, incluindo acadêmicos, especialistas em futebol e funcionários do governo, para investigar o que aconteceu.
O governo fornecerá 50 milhões de rúpias (cerca de R$ 16.880) em compensação a cada uma das famílias das vítimas, enquanto outras centenas de feridos serão tratados gratuitamente, acrescentou.
A polícia e autoridades esportivas foram enviadas a Malangue para investigar o que é uma das tragédias mais mortais em estádios pelo mundo. O presidente Joko Widodo ordenou que a associação de futebol suspenda todos os jogos do campeonato nacional até que a investigação seja concluída.
Violência
Violência e vandalismo têm sido características do futebol indonésio, especialmente em lugares como Jacarta, a capital, mas a escala do desastre de sábado nesta cidade em Java deixou a pequena comunidade entorpecida.
Mahfud disse no domingo, 2, que o estádio estava lotado além da capacidade. Cerca de 42 mil ingressos foram emitidos para um estádio projetado para acomodar 38 mil pessoas, disse ele. A Fifa, que chamou o incidente de “dia sombrio para todos os envolvidos no futebol e uma tragédia além da compreensão”, pediu às autoridades do futebol indonésio um relatório sobre o incidente.