Vídeo: Internauta ironiza aglomeração na sede da prefeitura “aqui não pega Covid”

Nesta segunda-feira, 08, um internauta gravou um vídeo reclamando da aglomeração na sede da prefeitura de Goiânia, durante o credenciamento de profissionais de saúde interessados em trabalhar em UTIs e leitos de enfermaria destinados a Covid-19.

“Você sabe o que é hipocrisia? É quando seu prefeito manda você ficar em casa, mas ao mesmo tempo propõe chamamento para cadastro dos servidores da área da saúde de Goiânia de forma presencial. Enquanto as outras cidades da Região Metropolitana fizeram seus cadastros online, o que era óbvio, o prefeito Rogério Cruz resolveu fazer isso aqui”, declara o internauta enquanto mostra a aglomeração.

O internauta informa que no local havia mais de três mil pessoas reunidas. “De forma muito clara está se aglomerando, mas a narrativa é sempre a mesma, aqui não pega Covid, não há propagação do vírus. Enquanto a prefeitura mandou você ficar em casa, enquanto nós fomos hoje protestar em frente a Praça Cívica, a orientação da Polícia Militar é de que não podia ficar aglomerado, mas aqui não tem problema.”

Ele ainda acrescenta chamando as pessoas para protestarem na sede da prefeitura. “Aqui não tem problema, aqui tudo pode, não tem aglomeração, contágio, está tudo tranquilo.”

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde (SMS) de Goiânia declarou que o atendimento presencial aconteceu devido ao caráter emergencial, “não havendo tempo hábil para estruturação de um sistema virtual que recebesse a documentação”.

Nota da SMS:

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que o processo de credenciamento possibilita a abertura de novos leitos para tratamento exclusivo da Covid-19, considerando o agravamento dos casos e ocupação próxima aos 100% nas unidades reguladas pelo município. O chamamento iniciado no sábado já possibilita a abertura de dez a 25 leitos no Hospital das Clínicas Covid (HCC) até o início desta segunda-feira (09).

A SMS esclarece que o atendimento presencial se deu em virtude do caráter emergencial da medida, não havendo tempo hábil para estruturação de um sistema virtual que recebesse a documentação. Importante destacar que a adesão dos profissionais inclui pessoas que já atuam no enfrentamento à pandemia, acarretando em adequação aos seus horários de plantão e, consequentemente, aglomerações pontuais. Entretanto, as equipes foram orientadas a organizar o público atendido de forma a dispersar filas, assegurando o distanciamento e, acima de tudo, a segurança dos candidatos.

Ademais, graças às campanhas de vacinação contra a Covid-19 na capital e entorno, estes profissionais vêm recebendo doses do imunizante. Somente na capital, 50.955 trabalhadores da saúde receberam a primeira dose, enquanto 28.092 receberam o reforço.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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