Vídeo: “Jesus não precisa de megatemplos”, bispo católico detona padre Robson

Um sermão em que Dom Silvio Dutra, bispo da Diocese de Vacarias, no Rio Grande do Sul, critica o padre Robson de Oliveira, investigado por suspeita de fraude no Santuário do Divino Pai Eterno (GO), viralizou nas redes sociais.

No vídeo, gravado no dia 26 de agosto, o bispo fala que os religiosos não foram “feitos para dinheiro, nem para fortunas. Jesus não precisa de megatemplos, nem de sinos de R$ 6 milhões” e alegou que, apesar das denúncias ainda não terem sido comprovadas, “onde há fumaça, pode ser, com muita certeza, que haja fogo”.

“Talvez esse escândalo que está para ser confirmado é uma ação do Espírito Santo para dizer que não é essa a igreja que ele quer, Deus não quer uma igreja de show. O lugar do padre não é no palco, o lugar do padre é no altar e a serviço do irmão”, comentou.

Segundo as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), conduzida por padre Robson, acusado de lavagem de dinheiro, movimentou R$ 2 bilhões em 10 anos. As diligências mostraram o recebimento de R$ 20 milhões em doações por mês e descobriram que parte dos recursos foi empregada na compra de fazendas e de uma casa de praia.

No vídeo que viralizou, Dom Silvio Dutra ainda disse que vários idosos se esforçam para ajudar a igreja financeiramente, mas que esse não é o foco da religião.

“Fiquei imaginando a minha mãezinha lá com 87 anos e quantos idosos piedosos que ficam lá mandando seu dinheiro. Eu tenho, em outras ocasiões, falado da minha angústia com isso, dos gurus da nossa igreja. Nossa igreja deixou de ser de comunidade e passou a ser uma igreja de guru”, avalia.

O bispo fez ainda uma reflexão sobre o atual momento da religião, incluindo uma crítica ao próprio catolicismo. Afirmou que o que vale não é a aparência e que o mundo hoje passa por um estágio de hipocrisia.

“Vivemos hoje, de fato, uma pandemia de farisaísmo. Lideranças religiosas e políticas se apresentam como defensores de valores cristãos, mas no fundo, guardam podridões. Nós católicos não somos a igreja perfeita que olha para o erro dos outros. Nós nos escandalizamos com os erros dos outros e com o nosso mais ainda, porque temos a pretensão de indicar caminhos para a sociedade”, finaliza.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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