Última atualização 18/08/2020 | 18:45
O vídeo disponibilizado pela Polícia Civil de Minas Gerais, com as imagens da câmera de segurança de um supermercado de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mostra mãe descartando o corpo da filha recém-nascida no local.
A mulher de 29 anos foi presa por homicídio. Logo após o parto, durante uma faxina, a mãe teria colocado o bebê dentro de um guarda-roupa.
O abandono foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento, localizado no bairro Cidade Industrial, no dia 6 de agosto. Nas imagens, mostra a mulher entrando com uma bolsa no banheiro masculino para deficientes. O corpo foi encontrado por funcionários da limpeza.
“A equipe investigativa teve a notícia que foi encontrado, inicialmente, um feto na lixeira de um hipermercado de Contagem. A equipe deslocou e verificou-se uma criança formada. A partir daí, a perícia começou a ser realizada e por meio do circuito de câmeras foi possível chegar a um veículo, que era de uma locadora e usado por um motorista de aplicativo, que nos forneceu o endereço da suspeita”, informou a delegada Elisa Moreira.
No dia 7 de agosto, policiais foram ao endereço indicado e fizeram contato com a mulher, que foi reconhecida pelas gravações de segurança. Quando for questionada, a mãe contou o que havia acontecido.
“Ela disse que estava faxinando a casa quando entrou em trabalho de parto e, na versão dela, a criança nasceu sem vida. Sem saber o que fazer, ela envolveu a criança em um lençol, colocou em cima da cama e, em seguida, no guarda-roupa. Horas depois, quando o companheiro a convidou para ir ao shopping, ela viu a possibilidade de descartar essa criança em um lugar distante do local que ela havia cometido o crime”, detalhou a policial.
Passeio com o marido
A mulher levou apenas uma bolsa para passear com o marido, que estava junto há onze anos, no hipermercado ela disse para o homem que precisava ir ao banheiro e nesse momento deixou a filha no local. O homem foi investigado também, mas foi descartada sua participação.
“Ela disse na oitiva que a intenção era ter essa criança no interior, segundo ela, estava com uma crise no casamento e queria ir embora. Mas como a criança veio ao mundo antes do planejado por ela, sem saber o que fazer, cometeu esse ato. Em uma segunda oitiva, ela nos confessou que essa criança poderia ter sido fruto de um relacionamento extraconjugal, um relacionamento ocasional”, relatou a policial.
O casal tem um filho de dez anos, que está passando a pandemia do novo coronavírus no interior.
“O marido estava surpreso, muito sem saber o que fazer. Demonstrou apoio à ela, não ao ato, mas ao que precisar daqui para frente. Ele não sabia da gravidez e muito menos que essa gravidez pudesse ser fruto de uma terceira pessoa. Disse que ficaria muito feliz se o casal tivesse um outro filho”, contou Elisa.
O homem negou o fornecimento de material genético para comprovação da paternidade.
Bebê foi asfixiada
Exames periciais apontam que a menina foi asfixiada, ainda não é possível constatar se por lençol ou pelas mãos.
Gravidez mantida em segredo
À polícia, a mulher contou que acreditava estar com uma gestação de sete meses, durante esse tempo ela não fez nenhum acompanhamento médico.
“Na casa não tinha nenhuma roupa de criança. Nada que indicasse que naquela residência tinha uma gestante. Ela não tinha contado para ninguém da gravidez e não fez pré-natal.”, contou a polícia.
A suspeita trabalhava como caixa, possui curso superior, mas sua formação não foi divulgada.
Crimes
A mulher foi indiciada por homicídio qualificado, por motivo fútil e por asfixia, tendo sua pena aumentada por ser uma criança menor de 14 anos e ocultação de cadáver.
Segundo a polícia, a mãe estava arrependida durante depoimentos e está presa preventivamente.
Confira o vídeo:
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