A Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores – DERFRVA, deflagrou a segunda fase da operação “ágio premiado” e cumpriu quatro mandados de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito de participar de uma associação criminosa, responsáveis por vender ágio de um veículo que não existia. Os mandados foram cumpridos em Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.
Um dos presos, além de liderar a equipe, era o responsável em atender as ligações e enganar as vítimas fazendo várias vozes e se passando por pessoas diferentes. Em áudio divulgado pela Policia Civil (PCGO), um dos presos explica a dificuldade que é para manter o esquema:
“Tenho quatro vozes para fazer, na hora que pego o telefone, eu tenho que ler ele atrás pra ver o que tá escrito, eu tenho meus códigos, cada telefone tem um código, cada telefone tem uma voz, eu tenho que ler ele atrás, lembrar que voz que é pra depois atender a pessoa. Você acha que minha vida é fácil? É corrido. Ainda arrumam uma encheção de saco, fica mandando mensagem, ao invés de mandar uma mensagem curta, não, ce para, ce segura o dedo lá na mensagem, vai pensar no que vai falar, pra depois você falar”.
O golpe consistia em anunciar, em jornais, OLX ou em redes sociais, a venda do ágio de um veículo com pequenas parcelas de financiamento. As vítimas entravam em contato com o número informado no anúncio, o anunciante atendia se identificando como militar do Corpo de Bombeiros, e dizia que já tinha vendido o veículo, mas que tinha um familiar, que era pastor, que também estaria vendendo um veículo com condições semelhantes.
Depois de falar com o falso militar, a vítima entrava em contato com a pessoa indicada, que se identificava como pastor da igreja evangélica, e este relatava que estaria fechando a venda para um “garageiro” (vendedor de carro). Quando a vítima demonstrava interesse, golpista dizia que precisava resolver, ainda naquele dia, uma pendência judicial com sua ex-mulher e se a vítima lhe transferisse o valor que precisa com urgência, seguraria o veículo para ela como sinal do negócio.
De acordo com as investigações, o grupo estava atuando desde 2019, mais de 20 pessoas também responderão pelo crime por venderem ou emprestarem seus cartões bancários para os estelionatários. Cerca de 30 pessoas foram identificadas, e é estimado que os estelionatários, tenham lucrado mais de meio milhão de reais.
Segundo o delegado Marco Aurélio, responsável pelas investigações:
“o cabeça da associação já havia sido preso em 2014 por aplicar o mesmo golpe, respondeu pelo crime, ficou 7 meses preso, mas em 2019 voltou a praticar o mesmo crime. A polícia acredita que o número de vítimas tenha sido maior, pois a maioria não registra boletim de ocorrência”, conclui.
Assista o vídeo da prisão:
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