VÍDEO: Tabacaria em Ribeirão Preto gera denúncias por agressões e barulho excessivo; moradora relata transtornos

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Moradora denuncia agressões contra familiares e barulho excessivo em tabacaria de Ribeirão Preto; VÍDEO

Câmeras de segurança registraram o momento da confusão, quando frequentadores jogaram cadeiras contra o portão da casa da família. Prefeitura afirma que o local já foi notificado três vezes e será novamente fiscalizado.

Uma moradora da Rua Tapajós, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP), denunciou ter sido agredida, junto com a sogra e a tia, durante uma confusão com frequentadores de uma tabacaria que funciona durante a madrugada.

O caso aconteceu no domingo (26) e foi registrado por câmeras de segurança instaladas na casa da família (veja no vídeo acima).

A mulher, que pediu para não ser identificada, disse ao DE que o local causa transtornos há meses e que o barulho é constante, mesmo após fiscalizações da prefeitura.

“Eles colocam as motos bem na nossa porta. Quando a gente pede pra tirar, eles xingam, gritam e fazem ainda mais barulho. Dessa vez, jogaram bebida na cara da minha sogra e quebraram cadeiras no portão da casa da minha tia.”

Nas imagens de câmeras de segurança, é possível ver a sogra e a tia da denunciante discutindo com os frequentadores da tabacaria. Segundos depois, um homem jogou um copo de bebida na direção de uma das mulheres. O marido da mulher tenta intervir e a confusão se generaliza.

“Eu tentei segurar meu marido e colocar ele para dentro, mas três homens vieram para cima de mim. Um conseguiu me acertar um soco de raspão na cabeça”, relatou.

O vídeo mostra cadeiras sendo arremessadas contra o portão da casa da tia.

Em outra imagem, feita à 1h30, o som do estabelecimento aparece em um volume muito alto, com dezenas de pessoas na calçada e veículos parados em frente às residências.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como lesão corporal por meio da Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 5º Distrito Policial de Ribeirão Preto.

“Por se tratar de crime de ação condicionada, a autoridade policial aguarda a representação criminal da vítima para dar andamento às investigações. O delegado permanece à disposição”, completou.

‘É TODO DIA, DE SEGUNDA A SEGUNDA’

Segundo a moradora, o estabelecimento funciona há cerca de quatro anos e permanece aberto de segunda a segunda, das 22h às 6h. O som alto e a aglomeração de pessoas em frente às casas são constantes.

“Eles ficam na porta, batem no portão, gritam. Minha sogra e minha tia tomam remédio para dormir e mesmo assim não conseguem descansar. A minha cachorra passa a noite inteira latindo, ela também não consegue dormir”, contou.

Por causa do barulho, a mulher precisou mudar de endereço. Ela morava na casa ao lado da tabacaria, mas decidiu se mudar para outra residência, localizada duas casas depois do estabelecimento.

A tia dela passou a morar na casa antiga, enquanto a sogra, que é idosa, costuma passar alguns dias por lá. Mesmo assim, o problema persiste.

De acordo com a moradora, o som alto e o movimento de clientes impedem o descanso da família e dos vizinhos. Ela disse ao DE que, por conta das aglomerações, a família deixou de usar a calçada.

“Antes a gente sentava na frente de casa para conversar. Agora não dá mais. Eles colocam mesas, cadeiras e tambores na calçada, e quem passa precisa ir pra rua”.

A moradora afirma que já ligou várias vezes para o 156 e acionou a Polícia Militar, mas que os agentes informam não poderem agir por conta do alvará do estabelecimento. Ela relatou ainda que o local já foi fechado por fiscais, mas volta a funcionar pouco tempo depois.

“O policial fala que eles têm alvará e que não pode fazer nada. Mas não é possível que o alvará autorize som alto até de manhã e gente brigando na rua”, disse.

LEI DO SOSSEGO

A Prefeitura de Ribeirão Preto sancionou em setembro a Lei nº 15.129/2025, conhecida como “Sossego é Lei”, que responsabiliza estabelecimentos que causem perturbação do sossego, comprometam a saúde pública ou o direito de vizinhança.

Na prática, a lei atinge adegas, tabacarias, bares e similares que funcionem fora do horário permitido, causem poluição sonora, permitam consumo de bebidas alcoólicas em calçadas, obstruam a passagem de pedestres ou tolerem aglomerações e brigas na porta.

O decreto que regulamenta a norma foi publicado em 29 de outubro e define sanções que vão de advertência e multa de até R$ 10 mil à interdição e cassação do alvará em caso de reincidência grave.

A nova legislação também permite que vídeos, registros sonoros e boletins de ocorrência sejam usados como prova nas fiscalizações.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Procurada pelo DE, a Prefeitura de Ribeirão Preto informou que o local citado pela moradora já foi notificado três vezes neste ano por irregularidades e será novamente fiscalizado pelo Departamento de Fiscalização Geral, com apoio da Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar e Polícia Civil, para aplicação das medidas cabíveis.

A administração municipal destacou ainda que a “Sossego é Lei” já foi regulamentada e que as primeiras ações com base na nova norma devem ocorrer nos próximos dias, em locais denunciados por perturbação do sossego.

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