Vídeo: “Tem gente falando que é mimimi”, diz bancária vítima de injúria racial em Anápolis

“Tem gente falando que é mimimi, que eu quero ganhar dinheiro fácil” diz a bancaria de 24 anos, que sofreu injúria racial na última sexta-feira (19/11), em Anápolis. O crime ocorreu após Raphaela Ribeiro, reclamar de um salame vencido que comprou no comércio.

“Lá como tinha grade, eu não consegui escolher a mercadoria, você fala o que quer e ela fala que tem ai já pegou meu cartão e passou. Assim que ela foi me entregar o salame eu vi que estava com aspecto diferente, tinha uma água dentro do saco, estava bem diferente. Quando ela me entregou eu já olhei a data de validade e vi que estava vencido”, contou.

A bancária disse ter avisado a comerciante identificada como Idete Sgorla Faguntes que de imediato se alterou.

“Eu falei pra ela: moça esse aqui está vencido, ai ela: deixa eu ver se tem outro. Ela olhou e disse que não tinha e me ofereceu um outro produto por 70 reais, o que eu tinha comprado era 24 reais. Ai quando eu falei que não queria ela já ficou alterada, virou as costas e foi atender outras pessoas. Eu pedi para ela devolver o dinheiro, mas isso não foi feito”, explicou Raphaela.

Raphaela diz ter ficado sem reação no momento, e que outros clientes a estimulou a chamar a Vigilância Sanitária. Entretanto, o órgão não estava atendendo, foi quando ela ligou para a polícia militar (PM) que a orientou a gravar um vídeo e levar à vigilância nesta segunda-feira (22/11).

Injúria racial

Porém, ao começar a gravar a comerciante a dona do estabelecimento se exalta e começa as ofensas.

“Quando eu comecei a filmar ela já tomou o salame da minha mão, já começou a gritar e foi quando ela falou: Olha a sua cor. É por isso que você é assim. Vai embora Satanás. Ai quando eu parei de gravar, comecei a chorar, e ela falou: vai caçar sua turma, sua preta vagabunda, preta safada, sai da minha porta”, contou Raphaela.

A jovem relata que imediatamente procurou a delegacia Central de Flagrantes de Anápolis. Raphaela disse que a ação da polícia foi rápida e que mesmo na presença dos agentes Idete não parou com as ofensas. Por causa disso, ela foi presa em flagrante. Entretanto, foi liberada após pagar R$ 5 mil em fiança.

Ainda no local, os agentes recolheram cerca de uma caixa com alimentos fora da data de validade que devem passar por perícia nos próximos dias.

Após a repercussão do vídeo nas redes, Raphaela diz que muitas pessoas demonstraram apoio. No entanto, outras disseram ser “mimimi”.

” Têm muitas pessoas que apoiam a atitude dela, falam que é mimimi, que tô querendo aparecer, que tô querendo dinheiro fácil, que era só eu ter virado as costas e deixado pra lá, que pessoas brancas não passam por isso, que é invenção. Mas, o apoio tem sido maior que os ataques”, relatou a bancária.

De acordo com Raphaela, no dia seguinte o estabelecimento já estava funcionando normalmente e não informações se a vigilância sanitária foi ao local.

Relembre o momento do ocorrido:

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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