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Traficante líder de facção goiana é preso após forjar a própria morte em Rondônia

Última atualização 13/10/2022 | 15:35

Truque de mestre. Assim, o esquema criado por Anilson Ricardo Nerys, de 37 anos, pode ser chamado. Isso porque o ‘Rei’, como é conhecido, forjou a própria morte com um atestado de óbito falso do Pará, em dezembro de 2020. O objetivo era arquivar os processos que correm contra ele na Justiça. Ao todo, Anilson, apontado como um dos maiores traficantes do país e líder da facção goiana Amigos do Estado (ADE), aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), soma 19 processos no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS). Além disso, ele também possui dois processos no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O esquema do traficante, porém, foi descoberto pela Polícia Federal de Rondônia, que deflagrou uma operação nesta quinta-feira, 13. Com o apoio da Polícia Militar de Goiás, a corporação conseguiu deter o traficante. Durante a prisão, ele tentou enganar a polícia com um documento falso, com o nome de Carlos Henrique Neto da Silva, no qual, mantém registrado um patrimônio milionário. 

A sua esposa Liamar Maria Aparecida de Almeida Nerys, por outro lado, morava em Goiânia com os dois filhos do casal. Ela, que já possui oito processos no TJGO, era considerada o braço direito do traficante, sendo responsável por lavar o dinheiro do marido por meio da compra de imóveis, empresas e veículos de luxo. 

Uma das empresas da mulher é o Espaço de Eventos Madrid, em Aparecida de Goiânia. Por conta disso, ela se apresentava como empresária, tendo aberto a empresa no dia 02/09/2021, com capital social de R$ 10 mil. Mesmo com a prisão, até a manhã de hoje, o local estava como ‘ativo’, mas as mensagens enviadas pelo repórter não foram entregues. Já nas redes sociais, a mulher se apresenta como aquariana, com muito carácter e pouca paciência. 

Ficha criminal do traficante

O casal possui um histórico criminal extenso. Anilson, por exemplo, foi condenado pela prática dos crimes de furto qualificado, homicídio, extorsão qualificada, tráfico de drogas e associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso. Ele é apontado pela PF como um dos maiores responsáveis pelo controle do tráfico de drogas e por diversos homicídios na região de Aparecida de Goiânia, tendo ainda função de logística do tráfico da facção ADE na cidade de Porto Velho (RO). 

Anilson forjou a sua morte em dezembro de 2020, após ficar foragido por fugir da UP de Corumbá (MS), onde estava preso por ser extraditado da Bolívia em junho de 2019. Nesta época, ele figurava na Difusão Vermelha da Interpol. O traficante já havia fugido da prisão em uma outra oportunidade, também já teria sido resgatado de um presídio. 

Já Liamar  possui passagens por crimes de receptação, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Constantemente, ela viajava com os filhos para Porto Velho (RO), provavelmente para visitar o marido.