Vídeo: Vereadora canta música em apoio a Bolsonaro e associa mulheres da esquerda a cadelas 

Um vídeo gravado por uma vereadora em apoio à reeleição de Bolsonaro como presidente está causando um burburinho dentro e fora da internet. Na gravação, a vereadora de Montenegro, no Rio Grande do Sul, Camila Oliveira (Republicanos), canta e dança dentro da Câmara Municipal uma música em que associa as mulheres da esquerda a animais.

“As mina de direita são as top mais bela, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela. Bolsonaro salta de paraquedas, Bolsonaro Capitão da reserva”, sorri a parlamentar com outras duas mulheres. A associação depreciativa se tornou uma representação por quebra de decoro parlamentar por PSB, MDB e PTB.

A bancada reclama que a mensagem de ódio e preconceito foi gravada dentro da Câmara, espaço em que o respeito, a lei e a igualdade devem ser preservados. Eles pedem medidas disciplinares para punir a colega.  Além disso, uma petição on-line pede a cassação de Camila com base no extrapolamento do debate democrático. Até o momento, 3.741 pessoas já assinaram.  A meta é chegar a 5 mil.

“O repúdio a este ato é pelo vídeo depreciativo em si, mas, também, pelo fato de, ao fazê-lo em um órgão público, ofende a legislação e seus próprios eleitores, demonstrando total desconhecimento de suas obrigações como personagem público. A dita vereadora deve ser submetida ao conselho de ética da Câmara Municipal de Vereadores de Montenegro e denunciada no Ministério Público Estadual”, justificam os organizadores.

A paródia surge em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro tenta superar a rejeição em 14 estados, principalmente das mulheres. Levantamentos indicam que elas preferem que Lula comande o País. Uma das estratégias para conquistar o eleitorado feminino é a participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha e apelo à imagem dele como “obediente” aos comandos da esposa. 

Assista ao vídeo completo:

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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