Vídeos registram confusão e flagrantes com armas às vésperas das eleições; dois deles em Goiás

A exaltação dos ânimos mesmo antes das eleições já começou. Em 24 horas antes do pleito, a polícia registrou quatro flagrantes de uso de armas por motivação política. Um dos episódios foi em Mineiros, no interior de Goiás, e o outro em Goiânia. A confusão por Laula e Bolsonaro também foi registrada em Santarém, no Pará.

Na capital goiana, o encontro entre manifestantes a favor dos dois presidenciáveis quase virou rixa. Imagens mostram um motorista e um motociclista discutindo enquanto tentavam seguir o fluxo da carreata que passava pela região da Avenida Assis Chateaubriand neste sábado, 29, véspera das eleições. Eleitores paraenses se envolveram em briga generalizada em uma praça de Santarém, no interior paraense. Vídeos registraram um homem vestido com camiseta estampada com rosto de Bolsonaro agredindo com capacete militantes vestido do MDB com bandeiras pró-Lula.

Um empresário foi preso, mas liberado por pagar fiança ao ameaçar um grupo de militantes pela eleição de Lula (PT). Ele foi filmado dirigindo um carro com adesivo do candidato à reeleição e mostra um revólver para os apoiadores do adversário na rua. Segundo o delegado responsável pela investigação, Thiago Escandolhero, o homem não tinha autorização legal para portar o artefato, apenas a posse.

Com a apuração, a equipe chegou a um bar de propriedade do suspeito. Havia um alvo fixo na parede onde o empresário praticava tiro. A parede tinha diversas marcas de balas. Ele responderá ameaça, porte ilegal de arma de foto e disparo de arma em lugar habitado. A munição e o revólver foram apreendidas pela Polícia Civil.

Já em São Paulo, gravações divulgadas na internet neste sábado, 29, mostram quando a parlamentar Carla Zambelli anda em uma rua com revólver em punhho e entra em um comércio para se defender do que chamou de violência contra a mulher praticada por um homem negro . Ela foi levada \á delegacia onde prestou depoimento e foi liberada apesar da proibição de colecionadores, atiradores e caçadores portarem armas 24 horas antes e 24 horas após as eleições, de acordo com resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A apoiadora de Bolsonaro, o segurança pessoal da deputada e o jornalista petista Luan Araújo perseguido discutiram na rua por discordância política. Ela acusa o profissional de tê-la empurrado, embora vídeos mostrem ela tropeçando e se levantando em seguida para correr atrás dela. A perseguição teria começado quando o repórter gritou “Te amo, espanhola”. Na confusão, o segurança disparou contra o homem, que não sofreu ferimentos. A vítima pediu proteção policial.

“Eu não o agredi em momento nenhum. Eu saí do restaurante com o meu filho e agrediram a mim e ao meu filho. Percebi uma movimentação estranha pela janela do restaurante. Um grupo de pessoas olhava em minha direção como se estivesse me desafiando. Não é porque não gosto de me fazer de vítima, que devo normalizar as perseguições e agressões que vêm aumentando a cada dia. O que temos aí não é um crime de racismo, é um crime de agressão contra a mulher. Vou votar armada, inclusive com colete à prova de balas. Eu estarei armada e preparada”, declarou.

Na semana passada, o deputado estadual bolsonarista  Amauri Ribeiro (União-GO) prometeu se armar se o resultado nas eleições deste domingo confirmar a vitória de Lula. Ele afirmou que avisou a um amigo petista que tomaria essa decisão porque não quer entregar o País para a bandeira vermelha.

“Falei: ‘Você tá do lado errado e deixa eu te falar, se o seu presidente ganhar, vai acontecer uma guerra civil nesse país, e eu sou um reservista, e se eu for convocado, eu vou para rua e vou empunhar uma arma, Deus que te livre de tá do outro lado”, disse.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp