As mudanças de versão sobre a violação do dispositivo de monitoramento eletrônico da tornozeleira dificultam a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com investigadores consultados pelo blog. Foram apresentadas três versões diferentes, registradas oficialmente: primeiro, a alegação de que ele havia batido o aparelho na escada; depois, a admissão de que tentou abrir por curiosidade; por fim, a justificativa de que teve um surto.
No momento em que o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME) recebeu o alerta de violação do dispositivo, iniciou-se uma série de procedimentos. A equipe de escolta foi acionada imediatamente, juntamente com a presença da diretora do centro de monitoramento, Rita Gaio, que se dirigiu à residência de Bolsonaro. Os policiais penais não demoraram a chegar e a primeira versão apresentada por Bolsonaro foi de que o aparelho havia sido danificado ao bater na escada.
Pouco tempo depois, o ex-presidente alterou sua versão e admitiu ter tentado violar o equipamento com um ferro de solda por “curiosidade”. O diálogo com a diretora do CIME mostra a descrição do ocorrido e o momento da tentativa de violação. A tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi danificada, mas a pulseira permaneceu intacta, segundo as informações apuradas.
Na audiência de custódia realizada no dia seguinte, na presença de advogado, Bolsonaro deu uma terceira versão para o incidente. Alegou estar em um estado de paranoia devido aos medicamentos que vinha tomando, mencionando pregabalina e sertralina, utilizado no tratamento de ansiedade e depressão. O ex-presidente afirmou ter dificuldades para dormir e que mexeu no dispositivo de monitoramento com um ferro de solda devido ao curso de operação desse tipo de equipamento.
A série de versões sobre o caso da violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro levanta questionamentos e incertezas sobre o real motivo por trás do incidente. A mudança constante de relatos pode prejudicar a defesa do ex-presidente diante das investigações em andamento. Para os investigadores, a falta de consistência nas declarações torna a situação ainda mais complexa e levanta dúvidas sobre a veracidade dos fatos apresentados. A repercussão do caso continua sendo acompanhada de perto pela mídia e pela opinião pública.




