O Estado do Rio de Janeiro chegou ao número de 21 crianças baleadas esse ano, segundo um levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado. De acordo com o órgão, entre 1 de janeiro e 6 de dezembro foram três crianças mortas e 18 feridas, além de 34 adolescentes baleados, com 16 mortos e 18 feridos. Esses números alarmantes refletem a triste realidade das crianças e adolescentes que vivem sob o constante risco de serem vítimas da violência armada, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.
Entre as vítimas da violência no Rio, está o caso mais recente, a morte da menina Kamila Vitória Aparecida de Souza Silva, de 12 anos. Ela foi baleada em um tiroteio na Favela do Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte do Estado. Kamila brincava em uma praça pública com amigos quando foi atingida pelos disparos. Seu pai, Sandro Alves Silva, que testemunhou a cena angustiante, relatou que as últimas palavras da filha foram um pedido de ajuda, antes de sucumbir aos ferimentos.
O caso de Kamila não é isolado, infelizmente, crianças e adolescentes continuam sendo vítimas inocentes da violência armada no Rio de Janeiro. Embora haja uma pequena redução nos números de baleados em comparação com o ano anterior, a situação ainda é preocupante. Em 2023, foram 66 crianças e adolescentes baleados, com 31 mortos. Já em 2024, esse número teve uma redução de 16%, passando para 55 vítimas, sendo 19 mortos.
A violência armada atinge diversos locais e idades, como o caso da criança de 5 anos baleada nas costas no Morro da Mineira, no Catumbi, enquanto ia para a escola. Em outra situação, uma criança de aproximadamente 7 anos foi ferida durante uma operação policial na Baixada Fluminense. A tragédia se repete em diferentes cenários, demonstrando a urgência de medidas eficazes para conter a violência e proteger as crianças e adolescentes dessas situações de perigo.
O mês de novembro também foi marcado pela triste notícia da morte de um menino de cinco anos após ser baleado em Japeri, na Baixada Fluminense. O pequeno Carlos Eduardo Cabral de Moura não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. A comunidade Morro do Sapo foi apontada como a origem dos disparos que tiraram a vida da criança, em mais um episódio de violência que assola a região.
Diante desse cenário preocupante, é essencial que haja um esforço conjunto das autoridades, da sociedade civil e de organizações para encontrar soluções que garantam a segurança e a proteção das crianças e adolescentes do Rio de Janeiro. A prevenção da violência armada, o fortalecimento das políticas públicas e o combate efetivo ao crime são medidas fundamentais para criar um ambiente mais seguro e pacífico para as futuras gerações. Que casos como o de Kamila e Carlos Eduardo não se repitam, e que cada vida perdida para a violência seja um chamado à ação por um Rio de Janeiro mais seguro e humanizado.