Violência e exploração sexual contra mulheres trans no Presídio de Igarassu: denúncias revelam realidade chocante

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Mulheres trans presas no Presídio de Igarassu denunciam a violência e exploração sexual que enfrentam na unidade. O presídio, que recentemente foi palco de uma operação da Polícia Federal para investigar um esquema de corrupção, conhecido como ‘resort do crime’, é considerado masculino, mas abriga duas mulheres trans na ala LGBTQIA+.

Essas detentas compartilharam nas redes sociais relatos perturbadores, revelando que são obrigadas a usar roupas masculinas e são coagidas a se prostituir dentro da prisão. Além disso, elas relatam terem sido punidas ficando isoladas por até dez dias como forma de castigo.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), o Presídio de Igarassu está superlotado e passou por uma operação policial que expôs um esquema de corrupção e tráfico de drogas envolvendo detentos e agentes penitenciários, resultando no afastamento do então diretor da unidade.

As mulheres trans denunciantes alegam que, além da exploração sexual, são obrigadas a realizar trabalhos informais dentro da prisão, como massagens e cortes de unhas, para poder comprar alimentos e itens de higiene pessoal a preços exorbitantes. Elas afirmam que, caso não realizem essas atividades, passam fome.

A mãe de uma das detentas veio a público para relatar a situação extrema pela qual sua filha passa no Presídio de Igarassu. Ela afirma que a filha foi colocada em cárcere privado, sendo forçada a vestir roupas masculinas e se prostituir, sem acesso a comida adequada. A mãe, indignada com os relatos de tortura, busca apoio legal para garantir os direitos de sua filha.

Em resposta às denúncias, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que está conduzindo uma investigação interna para apurar as acusações e tomar medidas cabíveis. Além disso, foi ressaltado que existem medidas de segurança e assistência específicas para o público LGBTQIA+ no presídio.

O caso do ‘resort do crime’ no Presídio de Igarassu evidencia a corrupção e as irregularidades que permeiam o sistema prisional, com destaque para a conivência de autoridades e agentes envolvidos. A operação policial que desmascarou o esquema resultou em prisões e afastamentos, revelando a gravidade da situação na unidade prisional.

Diante dos relatos chocantes de violência e exploração, é fundamental que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e os direitos humanos das pessoas detidas no Presídio de Igarassu, especialmente as mulheres trans vulneráveis a abusos. A sociedade exige transparência e responsabilização para combater práticas criminosas e violações dos direitos dos presos.

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