A comunidade de Rio das Pedras, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, é palco de uma intensa disputa entre traficantes e milicianos, que lutam pelo controle do território. Com uma população de aproximadamente 55 mil habitantes, segundo dados do IBGE, a favela é a única do Itanhangá controlada por milicianos, enquanto outras regiões próximas, como Morro do Banco, Muzema e Tijuquinha, são dominadas pelo tráfico de drogas. Estima-se que a milícia arrecade cerca de R$ 2 milhões mensais em negócios ilícitos na região, como venda de sinais clandestinos de internet e tv a cabo, além da cobrança de taxas de segurança.
A violência da disputa entre traficantes e milicianos em Rio das Pedras já resultou em tragédias para os moradores locais. Somente em 2025, três pessoas perderam suas vidas devido a balas perdidas. A aposentada Iraci Adelgado da Silva, de 78 anos, e o entregador Jorge Luiz dos Santos Reis, de 17 anos, foram vítimas de um ataque armado por traficantes do Comando Vermelho, vindos de outra região da cidade. Os criminosos dispararam contra um suposto miliciano, atingindo fatalmente os dois inocentes. Outras duas pessoas também foram feridas durante o episódio.
A polícia investiga os recentes episódios de violência em Rio das Pedras, que fazem parte de uma disputa territorial entre organizações criminosas. Em novembro do ano passado, traficantes armados tentaram invadir a comunidade, resultando na morte de dois homens. Agentes do Bope foram acionados e prenderam nove pessoas ligadas a uma milícia, apreendendo armas de fogo e explosivos. A ordem para invadir territórios rivais, incluindo Rio das Pedras, teria partido de Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca, um dos líderes do Comando Vermelho.
As mortes recentes que ocorreram em Rio das Pedras são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que busca responsabilizar os culpados pelos crimes cometidos na região. A comunidade, que historicamente é um reduto da milícia no Rio de Janeiro, enfrenta uma situação de extrema violência devido à disputa entre grupos criminosos. A população local vive sob constante temor e insegurança, com casos frequentes de violência urbana e mortes de inocentes por balas perdidas.
É fundamental que as autoridades competentes atuem de forma eficaz para coibir a ação de criminosos em Rio das Pedras e garantir a segurança dos moradores. O combate ao tráfico de drogas e às milícias na região é essencial para a preservação da ordem pública e a proteção dos cidadãos que residem no local. Medidas de segurança e investigações policiais rigorosas são necessárias para conter a violência e prevenir novas tragédias como as ocorridas recentemente na comunidade. A sociedade civil e as instituições devem unir esforços para enfrentar o crime organizado e promover a paz nas áreas afetadas pela criminalidade.