Virmondes Cruvinel e o dilema da janela partidária

Com a abertura da janela partidária neste mês de março, alguns movimentos previsíveis ajudam a delinear o cenário da eleição majoritária em Goiás. Um exemplo é o deputado estadual Virmondes Cruvinel, que deve deixar o Cidadania para disputar a reeleição em outubro.

Apesar das boas relações com o comando nacional do Cidadania, Virmondes sonda e é sondado por outros partidos por uma razão muito pragmática: dificilmente a legenda conseguirá montar uma chapa competitiva à Assembleia Legislativa.

Como Virmondes, mesmo com mandato, não é a prioridade do partido em Goiás, sua saída é procurar uma sigla que consolide suas boas chances de reeleição.

Outro empecilho para a permanência no Cidadania diz respeito ao cenário da disputa majoritária. Durante a pandemia de Covid-19, Virmondes decidiu retornar à base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Ele, que estava rompido com a base em função de divergências em uma votação sobre direitos do funcionalismo, ainda em 2019, justificou seu retorno de forma muito categórica.

Primeiro, Virmondes reconhece que Caiado tomou decisões acertadas no enfrentamento da pandemia. E, segundo, ele acredita que a crise desencadeada pelo vírus exige a união de todas as forças políticas para que Goiás possa se recuperar da grave crise econômica e social – especialmente na área educacional.

Como o Cidadania nacional já oficializou o interesse de criar uma federação partidária com o PSDB, essa escolha de Virmondes por Caiado o deixaria mais isolado dentro das possíveis articulações locais da sigla.

Nessa situação, Virmondes passou a ser cobiçado por três legendas grandes – União Brasil (a fusão de DEM e PSL), PSD e MDB. Essa procura tem um motivo simples:

Além de votos, Virmondes é um dos deputados mais qualitativos da atual legislatura. Seus projetos de leis costumam ser efetivos. Ou seja, trafegam bem pela Comissão de Constitutição e Justiça (são juridicamente factíveis), sendo que dezenas desses projetos se transformaram em leis de fato nos últimos anos.

O fato de ser professor e procurador do Estado licenciado explica a qualidade dos projetos e é também outro chamariz para os partidos: Virmondes dialoga facilmente com várias das categorias do funcionalismo, que se sentem bem representadas por ele.

O deputado tem este mês para tomar sua decisão mais importante deste 2022. Levará em consideração não apenas sua trajetória e suas bandeiras, mas também o rumo que a próxima sigla tomará na disputa majoritária.

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Datafolha: 62% dos brasileiros se opõem à anistia para golpistas do 8/1

STF condena mais 29 réus pelos atos golpistas de 8/1

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada na quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, revelou que 62% dos brasileiros são contrários à concessão de anistia aos participantes dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Esses atos envolveram a invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A pesquisa foi conduzida após a Polícia Federal (PF) indiciar Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e atualmente filiado ao Partido Liberal (PL), por envolvimento na conspiração que levou aos eventos de 2022. A rejeição à anistia é clara, refletindo a opinião majoritária da população brasileira sobre o assunto.

Os dados da pesquisa indicam que a oposição à anistia é significativa, com 62% dos entrevistados expressando sua discordância. Essa posição é compartilhada por uma ampla gama de segmentos da sociedade, embora haja variações nos níveis de apoio e rejeição entre diferentes grupos.

Veja os números:

  • Contra: 62% (eram 63% em março);
  • A favor: 33% (eram 31%);
  • Não sabem: 5% (eram 4%);
  • Indiferente: 1% (era 2%)

Apoio à Anistia

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos apoiadores a anistia são homens, com 37%, enquanto 29% das mulheres entrevistadas defendem a medida. Já 64% das mulheres são contra a anistia, e 59% defendem punição para os participantes do 8/1.

Em relação ao apoio a políticos, quem declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 defende em sua maioria o perdão aos golpistas: 45%. Já 72% dos que declararam voto no presidente Lula (PT) na última eleição presidencial são contra a anistia.

Já em relação a classe de trabalho, os funcionários públicos (68%), estudantes (68%), desempregados (67%) e moradores da região Nordeste (66%) são os grupos sociais que mais defendem a punição.

Os mais favoráveis à anistia são os assalariados sem registro (38%), empresários (37%), evangélicos (37%) e pessoas de 35 a 44 anos (36%).

O instituto ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil nos dias 12 e 13 de dezembro, com entrevistados de idade entre 16 anos ou mais.

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