Esgoto clandestino despejado no mar pode ser a causa do surto de virose no litoral de SP, diz prefeitura
A Prefeitura de Guarujá informou que notificou a Sabesp sobre a situação e aguarda os resultados das amostras de água coletadas na Praia da Enseada, enviadas ao Instituto Adolfo Lutz.
Vazamento de esgoto na Praia da Enseada, em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução/TV Tribuna
A contaminação do mar de Guarujá, no litoral de São Paulo, possivelmente causada pelo escoamento de esgoto clandestino nas águas da cidade pode ser a origem do aumento exponencial de casos de virose nas cidades da Baixada Santista, segundo a prefeitura. Os casos vêm registrando alta desde dezembro, com o início da temporada de verão.
A Prefeitura de Guarujá informou ter notificado a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) sobre a possibilidade de vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada, que poderiam ter ocasionado o aumento no número de pessoas doentes.
As viroses geralmente afetam o trato gastrointestinal [sistema digestivo], provocando sintomas como diarreia, náuseas, vômitos, cólicas e febre. A duração pode variar de um dia a uma semana, e a desidratação pode ser classificada como leve, moderada ou severa (leia mais abaixo sobre a doença e como prevenir).
Enquanto diz aguardar respostas da Sabesp sobre o caso, a administração municipal ressaltou que foram coletadas amostras da água na Praia da Enseada. Agora, segundo a prefeitura, cabe esperar o resultado dos testes encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz para tentar esclarecer a origem dos casos de gastroenterocolite aguda.
Em nota, a Sabesp informou que adotou as medidas para verificar as solicitações da prefeitura e prestou os esclarecimentos necessários à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Ao mesmo tempo que a empresa disse monitorar o sistema de esgotamento sanitário da Baixada Santista, citou uma outra eventual causa para o aumento de casos de virose: “Cabe destacar que as fortes chuvas podem sobrecarregar o sistema devido à entrada irregular de água pluvial, já que o sistema não foi projetado para essa finalidade”.
CASOS EXPLODIRAM: HOSPITAIS LOTADOS E FARMÁCIAS ZERADAS
Na cidade de Guarujá, por exemplo, várias pessoas se dirigiram às unidades de saúde relatando o problema entre o fim do ano e o início de janeiro. As unidades de saúde estão lotadas e nas farmácias as pessoas já têm dificuldades para encontrar medicamentos usados no controle dos sintomas.