Vítima de Arsenio em Bolo Fala sobre Sequelas Neurológicas um Ano Depois. Saiba Mais!

vitima-de-arsenio-em-bolo-fala-sobre-sequelas-neurologicas-um-ano-depois.-saiba-mais

Fiquei com sequelas neurológicas, e não é nada leve’, afirma sobrevivente de intoxicação por arsênio em bolo, um ano depois

Em entrevista à jornalista Pâmela Rubin Matge, de GZH, a sobrevivente de duas intoxicações por arsênio Zeli Teresinha dos Anjos, 63 anos, contou como vive com sequelas há um ano. A sobrevivente conta que, após 14 dias em uma UTI, de um total de 18 dias internada, as sequelas neurológicas são sentidas através de dormência, formigamento e fraqueza, consequências da neuropatia periférica. “Fiquei com sequelas neurológicas, que afetam as mãos e as pernas, e não é nada leve. Agora não tem mais o que fazer”, diz.

As vítimas são as irmãs de Zeli, Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza. Zeli, que recebeu alta do hospital em janeiro, e uma criança de 10 anos foram as únicas sobreviventes. Zeli seria o principal alvo de Deise Moura dos Anjos, sua nora, que foi apontada pela polícia como a autora dos quatro homicídios, triplamente qualificados por motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação. Presa temporariamente em janeiro, ela foi encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.

Zeli afirma que vive com medo de ser reconhecida ao citar seu nome, por conta da exposição do caso. “Digo meu nome completo baixinho para ninguém ouvir, mas as pessoas reconhecem quando ouvem”, conta. Atualmente, Zeli mora com o neto e um filho, em outra cidade. “Mudei para ficar com eles, que é tudo que sobrou ‘do meu sangue'”, completa.

O USO DE ARSÊNIO

Agora, em dezembro de 2025, um ano após as mortes, a polícia concluiu a investigação sobre a origem do arsênio utilizado nos crimes. A apuração revelou que a compra foi feita por meio de dois sites distintos, mas ambos pertencentes à mesma empresa, registrada no Rio de Janeiro. A Delegacia do Consumidor (Decon) identificou o responsável pela venda, mas reforçou que, apesar do risco à saúde, não há previsão penal para esse tipo de negociação. Segundo a polícia, a comercialização do produto não é considerada ilegal atualmente, já que não existe regulamentação específica que proíba a venda para pessoas físicas.

Contudo, a polícia reconhece que podem existir infrações de caráter administrativo, mas ressalta que a fiscalização dessas substâncias é responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que avalia se houve descumprimento das normas sanitárias e de segurança na comercialização do produto. A delegada Milena ainda comenta que dois projetos tramitam na Câmara dos Deputados para tentar corrigir essa brecha, sendo: PL 985/2025 e PL 1381/2025. As propostas pretendem proibir a venda de compostos arsenicais a pessoas físicas e exigir justificativa técnica para uso, além de reforçar mecanismos de identificação do comprador.

RELEMBRE O CASO

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal após comer fatias do bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o doce em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada. Ela era irmã de Maida e Neuza, sogra de Deise e alvo do envenenamento, segundo a Polícia Civil. A investigação concluída em fevereiro confirmou que três familiares morreram em dezembro de 2024, após comerem o bolo envenenado com arsênio, e três meses antes, o sogro de Deise morreu ao ingerir bananas e leite em pó contaminados levados pela nora.

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp