Vítimas de bullying podem fazer cirurgias plásticas no Mato Grosso do Sul

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O governo de Mato Grosso do Sul anunciou que vai custear cirurgias plásticas em crianças e adolescentes que sofreram bullying. O programa prevê que o público-alvo tenha acesso a intervenções estéticas por questões como “orelha de abano”, “excesso de mama” e estrabismo. 

O governo ainda está trabalhando na estruturação do programa, a fim de detalhar como esses procedimentos serão realizados, e a Secretária Estadual Adjunta de Saúde de Mato Grosso do Sul adianta que as cirurgias irão começar a ser realizadas ainda neste semestre.

“A Secretaria de Educação identificou alguns casos, a gente sabe que não há só esse tipo de situação ligado à forma física, existem outros também. O que o estado quer é, na verdade, ser inclusivo, e ser inclusivo de todas as formas, inclusive nessa forma das cirurgias”, explicou Christine Maymone, secretária estadual adjunta de Saúde.

Procedimentos

Desenvolvido como método “preventivos ao bullying” o documento divulgou que entre os procedimentos que serão desenvolvidos pelo programa estão, rinoplastia, cirurgia de estrabismo, otoplastia, mamoplastia redutora, ginecomastia e correção de cicatrizes. 

Com isso, o governo anunciou que pretende colaborar com a autoestima dos jovens da cidade e combater problemas mais estruturais, como a evasão escolar. 

As cirurgias estéticas farão parte de um pacote maior, chamado de MS Saúde: mais saúde, menos fila, com um orçamento total de R$ 53 milhões. A partir do investimento, o estado pretende realizar 15 mil cirurgias que aguardam na fila de espera. Entre elas estão casos de oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular, cirurgia geral e ortopedia. 

Além dos procedimentos, o governo quer contemplar mais 42,5 mil exames diagnósticos como ressonância magnética com contraste, densitometria e endoscopia.

“Passamos por uma pandemia, as filas se constituíram novamente e agora se faz necessário um programa como esse. É para as pessoas que vamos trabalhar. Esse programa vem dar respostas para essas ações e estimativa para zerar essa fila até o final do ano”, destacou Eduardo Riedel (PSDB), governador de Mato Grosso do Sul, durante lançamento do programa, em Campo Grande.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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