“Viva o Nordeste” circula por asilos de Goiânia

O mês de junho tem um gostinho diferente, por ser colorido, ter quadrilha, forró e muita comida típica como: bolo de fubá, pamonha e canjica. Pensando nessa tradição dos arraiais e no isolamento de idosos em abrigos, que nasceu o projeto: “Viva o Nordeste”. O objetivo, portanto, é perpetuar músicas tradicionais nordestinas e alegrar internos de asilos, pessoas que tanto contribuíram para a nossa sociedade e que quase não têm acesso a arte e a cultura.

O projeto “Viva o Nordeste” foi contemplado no edital de chamada pública nº 003/2023 na modalidade de Circulação e transmissão de produções artísticas existentes, com recurso da Lei Paulo Gustavo da Secretaria Municipal de Cultura. Os artistas Baby Som Sales (voz e violão) e Amanda Costa (percussão) se apresentam na Casa Nosso Lar nesta segunda-feira, 24, às 14h e no Abrigo dos Idosos São Vicente de Paulo, no sábado, 29, às 15h. A entrada em ambos os shows é gratuita.

O cantor Baby Som Sales é filho de nordestino, cujo pai era um retirante da Bahia e que fixou residência na Vila Nova, portanto não poderia deixar de homenagear a música que está no seu sangue e que faz parte do som pulsante no seu coração. “A proposta desse show é também uma jura ritmada de amor para fazer brilhar os olhos dos senhores e senhoras, que estão residentes na Casa Nosso Lar e Abrigo dos Idosos São Vicente de Paulo. Queremos alegrar o cotidiano deles e fazer aflorar da memória afetiva histórias vivenciadas na juventude ao som do forró, baião e xote. E, quem sabe fazê-los dançar”, enfatiza o músico.

O show “Viva o Nordeste” é composto por 19 canções de grandes baluartes da música brasileira como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Dominguinhos e Vital Farias. Músicas como: “A vida do viajante”, “Boiadeiro”, “Qui Nem Jiló”, “Xote das Meninas”, “Asa Branca”, “Sabiá” e “Assum Preto” de Luiz Gonzaga; “Ai que saudade do cê” e “Sete cantigas para voar” de Vital Farias; “Só quero um xodó de Dominguinhos e Gilberto Gil e Anunciação de Alceu Valença.

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Ministro do STJ diz que autismo é ‘problema’ e que clínicas são ‘passeios’

Na última sexta-feira, 22, durante um evento em São Paulo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha, fez declarações polêmicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saldanha afirmou que o autismo é um “problema” e que as clínicas especializadas em tratamento promovem “passeios na floresta” para as crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa,” disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde. Essa comparação gerou forte reação entre os presentes e na comunidade autista.
 
A advogada Aline Plentz, que coordena um grupo que luta pelos direitos de pessoas autistas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jabaquara (SP), se sentiu ofendida pelas palavras do ministro. “Eu, como mãe de um autista, me senti totalmente ofendida. Não é uma tristeza ter uma pessoa com deficiência na família. Tristeza é ter um ministro nos representando e ter uma fala tão infeliz como esta,” destacou.
A promotora de Justiça do Amapá, Fábia Nilci Santana de Souza, também criticou as declarações de Saldanha. “Foi muito infeliz a fala, quando ele mencionou que, aos pais, era muito cômodo encaminhar os filhos para uma clínica, para ficarem 6 ou 8 horas. Eu tenho um filho autista de 17 anos, ele sofre por isso, a família sofre. E não existe a família ficar feliz quando tem um filho com transtorno que sofre discriminação, sofre exclusão,” disse.

Crítica à Lei Romário

Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Saldanha criticou a Lei Romário, que instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde possam solicitar a cobertura de procedimentos não incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Essa Lei 14.454, chamada de Lei Romário, porque o senador Romário foi indicado como relator. Não por acaso, mas ele tem um filho com problemas de cognição, uma filha, não sei bem… É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento],” explicou.
Saldanha também afirmou que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
 
O autismo, segundo o Ministério da Saúde, é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. As características incluem dificuldade de comunicação, socialização e comportamento limitado e repetitivo. Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

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