E mesmo no século 21 o enfrentamento a esse tipo de agressão é difícil
A socióloga e presidente do Conselho de Juventude, Aava Santiago, esteve no estúdio D.E para falar sobre os casos de ofensas contra a mulher. Recentemente viralizou um vídeo, no qual torcedores brasileiros repetiam frases em alusão ao órgão sexual feminino para uma mulher russa. A repercussão do caso fez com que várias mulheres se manifestassem nas redes sociais em repúdio a ação cometida por esses homens.
E mesmo no século 21 o enfrentamento a esse tipo de agressão é difícil, pelo fato de estarmos inseridos em uma cultura que classifica o silêncio da mulher como consentimento. “Se você se sente sozinha, se você se sente isolada você não tem condições de buscar ajuda”, afirma.
As mulheres que passam por esse tipo de situação ficam marcadas pela vida toda, mas o confronto contra essa agressão deve ser feito porque encoraja outras mulheres que também viveram a mesma coisa, a falarem e denunciarem esses agressores. A socióloga explica, que é muito importante fazer com que elas entendam que não estão sozinhas, e por mais que o processo de denúncia seja longo e conflituoso é necessário enfrenta-lo.
Além de comentar sobre esse caso, Aava também explicou que o machismo é um sistema de crenças, comportamentos, valores e atitudes no qual coloca o homem em situação superior a mulher. Mesmo que a mulher sofra mais com esse sistema, ele também afeta a vida dos homens “esse sentimento de descarte, de eu preciso estar por cima, eu preciso dar as cartas. Eu não posso seguir sem estabelecer um jogo de afeto, sem estabelecer uma precarização das emoções, é obvio que esses caras por mais beneficiados que eles sejam eles também são muito precarizados”, explica.
Como presidente do Conselho de Juventude, Aava coordena o movimento “Você não está sozinha” que apoia e encoraja mulheres de todas as idades a conversarem entre si e compartilharem agressões que sofreram. “Qual que é a maneira dessas mulheres enfrentarem, é colocarem elas em contato umas com as outras. Então o desafio do “Você não está sozinha” é que as mulheres promovam essa rede de acolhimento entre si, nos seus próprios ciclos, ou seja, que a menina da escola saiba que se precisar de ajuda tem uma amiga”, conta.