Justiça suspende ações de credores contra Voepass e retirada de aeronaves por 60
dias
Companhia entrou com pedido de reestruturação financeira alegando dívida no
valor de R$ 215 milhões, agravada pela queda de voo que causou morte de 62
pessoas em agosto de 2024.
A Voepass Linhas Aéreas, em processo de reestruturação financeira devido a uma dívida de R$ 215
milhões, obteve uma decisão judicial favorável que suspende por 60 dias a adoção de medidas
judiciais por parte de credores que possam prejudicar a operação da empresa, inclusive a retirada
de aeronaves alugadas.
O juiz José Guilherme Di Rienzo Marrey, da Vara Regional de Competência Empresarial e de
Conflitos Relacionados à Arbitragem de Ribeirão Preto (SP), acatou o pedido de medida cautelar
antecipada para garantir a continuidade das negociações e a estabilidade da empresa.
Segundo o professor de direito empresarial da USP Gustavo Saad Diniz, a decisão de suspender os
pagamentos por 60 dias visa iniciar o procedimento de mediação para buscar uma solução
negociada para a dívida e evitar a necessidade de recuperação judicial no futuro.
O juiz ponderou que as medidas contra a companhia, como a retirada das aeronaves pelos
arrendadores, poderiam levar à falência da empresa, destacando a importância de preservar a
atividade produtiva e o emprego dos trabalhadores.
A Voepass Linhas Aéreas informou que irá dar continuidade às negociações com seus credores
para encontrar uma solução viável para a situação financeira da empresa e garantir a continuidade
das operações.
Após a queda do voo 2283 em Vinhedo (SP), que resultou na morte de 62 pessoas a bordo em
agosto de 2024, a empresa alega que a Latam deixou de depositar R$ 34,7 milhões referentes à
operação de quatro aeronaves, o que agravou ainda mais a situação financeira da Voepass.
A Voepass também pleiteia o cumprimento do contrato com a Latam e o pagamento das
operações suspensas, destacando a importância da manutenção dos contratos para a preservação
da empresa e a viabilidade de suas atividades comerciais.
A falta dos pagamentos pela Latam, aliada a outros fatores como a pandemia de Covid, impactou
negativamente as finanças da companhia, tornando necessária a busca por medidas para
reestruturação financeira.
O DE entrou em contato com a Latam, mas não obteve posicionamento até o momento. A Voepass
segue buscando soluções para garantir a continuidade de suas operações e o atendimento aos seus
clientes em todo o país.