Wagner Moura: “Bolsonaro emerge de um lugar terrível da história do Brasil”

O ator e diretor Wagner Moura deu entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (1º), e teceu comentários sobre a atual situação política do Brasil. De acordo com o ator, a eleição de Jair Bolsonaro (sem partido) foi “pedagógica”, por colocar o Brasil em condições de encarar heranças da Ditadura.

“Bolsonaro emerge desse lugar terrível da história do Brasil pra que vejamos que o Brasil também é isso. Sou otimista, porque tenho certeza que nós, depois que olhamos pra isso, entendemos que não somos isso. Muito pelo contrário, que somos muito mais do que isso, e o Brasil que queremos ver é outro.”

Além disso, ele também comentou sobre os possíveis rumos da nova esquerda do país, e a relação desse movimento com Lula. Wagner Moura afirmou que “Lula é um líder fundamental na esquerda do Brasil, mas nós temos de empurrar Lula para um lugar de progressismo maior”, reconhecendo a importância de uma transformação.

“Lula é um senhor de idade. A gente tem que falar dos congressistas de 20, 21 anos. Do povo trans, pretos, mulheres. (…). Essa nova esquerda que está surgindo e está forte; essa gente que vai compor a nova esquerda e que vai empurrar Lula pra um lugar de mais progressismo.

Wagner Moura encara futuro do Brasil com otimismo

Ainda de acordo com o ator e diretor, o futuro do país após as próximas eleições presidenciais devem colocar o país numa outra posição. “Quem quer que seja o novo presidente do Brasil depois 22, caminhará para um lugar de distanciamento dessa tragédia”, comentou em referência ao governo de Bolsonaro.

Ele ainda acrescentou que acredita que o governo do atual presidente teve um caráter pedagógico para a população. Durante os comentários, ressaltou que o atual momento ajuda a trazer o foco para problemas existente desde a ditadura.

“A eleição de Bolsonaro foi pedagógica, porque fez a gente enxergar um Brasil que estava camuflado no pós-ditadura. Esse é o país da Lei da Anistia, um país que não quer olhar pro histórico de autoritarismo, racismo, misoginia, violência, golpismo, elitismo.”

Wagner Moura foi convidado ao programa em razão da estreia do filme “Marighella”, que dirigiu. O longa é estrelado por Seu Jorge e adapta o livro “Marighella – O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo”, do jornalista Mário Magalhães. Recentemente, no lançamento do filme em 29 de novembro, o ator e diretor puxou gritos de “Fora Bolsonaro!”.

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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