Sócio do PCS Saleme é reconduzido ao cargo de médico na Prefeitura de Nova Iguaçu
Walter Vieira era sócio de laboratório envolvido na testagem positiva por HIV de órgãos transplantados.
Walter Vieira, cujo nome é conhecido no Diário Oficial do dia 6 de janeiro de 2025, foi reconduzido ao cargo de ginecologista e obstetra da Prefeitura de Nova Iguaçu. Ele havia sido afastado de suas funções em outubro passado, após o escândalo que abalou o programa de transplantes do Brasil, relacionado ao laboratório DE Saleme, do qual Walter Vieira era sócio.
Pacientes submetidos a transplantes foram diagnosticados com HIV após receberem órgãos infectados. O nome de Walter Vieira consta no laudo que afirmava que os órgãos destinados ao transplante não estavam contaminados com o vírus HIV. No entanto, exames posteriores confirmaram que dois pacientes estavam, na verdade, infectados, apesar do resultado inicial de falso negativo. Pelo menos seis pacientes transplantados testaram positivo para HIV.
Além disso, Walter Vieira foi um dos seis indivíduos denunciados e presos, acusados de crimes como violação da relação de consumo, formação de associação criminosa, falsificação ideológica, falsificação de documento particular e violação sanitária. Na época, ele ocupava a função de presidente do comitê gestor de Vigilância e Análise do Óbito Materno Infantil e Fetal de Nova Iguaçu.
Desde o escândalo, o Laboratório DE Saleme permanece fechado. Walter Vieira e os demais envolvidos foram libertados em dezembro do ano anterior e aguardam julgamento em liberdade. A prefeitura de Nova Iguaçu alegou que, como Walter é um funcionário público concursado e não foi condenado, ele tem o direito de retornar ao trabalho.
A defesa de Walter Vieira assegurou que não há impedimento para que ele exerça a medicina e que a restrição imposta refere-se especificamente à proibição de atuação profissional em laboratório de análises clínicas. A Prefeitura de Nova Iguaçu informou que o médico está de férias e reassumirá suas funções após o término do período de descanso.
O Cremerj revelou a existência de uma sindicância para investigar a conduta de Walter Vieira, porém os detalhes do processo são confidenciais. As possíveis penalidades vão desde advertências até a cassação do registro profissional.