Wic Tavares, intérprete e apresentadora, não é novata em lidar com ataques racistas na internet. Recentemente, a artista foi chamada de “macaca que fala” por um seguidor em uma postagem nas redes sociais, desencadeando uma onda de solidariedade e apoio por parte de amigos, fãs e até mesmo instituições ligadas ao carnaval, como a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Xande de Pilares, renomado sambista, se manifestou em vídeo contra a opressão sofrida pela cantora.

O ataque racista aconteceu no início da semana, em um comentário direcionado a um vídeo da apresentadora no perfil da atração que ela comanda na Band, “Bom dia favela”. A ofensa foi prontamente identificada por uma admiradora que marcou Wic na postagem, levando-a a tomar medidas imediatas, como fazer um boletim de ocorrência online. Em busca de justiça, a artista se reuniu com seu advogado para discutir quais passos legais seriam seguidos.

Frente às manifestações de apoio e solidariedade, Wic declarou que não irá descansar até levar o caso adiante e buscar respostas para a violência sofrida. Ela acredita que casos como esse não podem ser normalizados e que é preciso dar um basta nessa cultura de ódio e discriminação. Em um desabafo, ressaltou que essa não foi a primeira vez que foi alvo de ofensas racistas, observando que até mesmo seu afilhado de seis anos já passou por situações semelhantes.

Além do ocorrido nas redes sociais, a intérprete também compartilhou um episódio de racismo vivenciado em um festival, onde uma proposta de trabalho foi condicionada ao tom de sua pele. Wic refletiu sobre a ignorância por trás desses ataques e ressaltou a importância de não se calar diante dessas situações. Para ela, a crescente presença de pessoas negras na mídia pode incomodar alguns setores, mas é crucial que essa representatividade seja conquistada e mantida.

Em busca de orientações legais, a artista se reuniu com seu advogado para definir os próximos passos a serem tomados diante do ataque virtual. Preocupada com a impunidade, Wic ressaltou a importância de não deixar esse crime passar despercebido, mesmo diante do desafio de identificar os responsáveis por trás de contas falsas na internet. A solidariedade e apoio recebidos de diversas instituições e figuras públicas são essenciais no processo de enfrentamento e combate ao racismo estrutural presente na sociedade.

Em um cenário onde a representatividade negra ainda enfrenta obstáculos e desafios, casos como o de Wic Tavares destacam a urgência de conscientização e diálogo sobre a discriminação racial. A artista reforça sua determinação em superar essas barreiras e continuar ocupando espaços na mídia e no carnaval, reafirmando seu papel como porta-voz de uma luta por igualdade e respeito. Nesse sentido, as manifestações de apoio e solidariedade se tornam fundamentais para fortalecer a voz daqueles que lutam diariamente contra o preconceito e a intolerância.