“Wilson Simoninha e Max Castro levam resistência e homenagem ao palco Brasil do João Rock”

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Fazer música brasileira é uma forma de resistência”, diz Wilson Simoninha ao
cantar o legado do pai

Junto com o irmão Max de Castro, artista levará o show ‘Baile do Simonal’ ao
palco Brasil do festival João Rock, no sábado (14), em Ribeirão Preto, SP.

Wilson Simonal em pocket show na França em 1970 — Foto: Reprodução/Acervo
Wilson Simoninha

Entre as décadas de 1960 e 1970, o nome Wilson Simonal ganhou o status de um dos
maiores artistas brasileiros: além de uma carreira musical de sucesso, o cantor
e compositor carioca chegou a comandar vários programas de TV e a assinar um dos
maiores contratos de publicidade brasileira na época.

Agora, várias gerações depois, esse legado é revivido por seus filhos Wilson
Simoninha e Max Castro no show “Baile do Simonal”, com o qual buscam honrar o
legado do pai e, principalmente, transmiti-lo às novas gerações.

> “Quando subo no palco, eu celebro a música do Simonal, a sua obra e a história
> dele também como negro, brasileiro, talvez o primeiro popstar da música
> brasileira e um dos primeiros apresentadores negros da nossa televisão
> brasileira. Acho que são muitos simbolismos importantes, que, se já são
> difíceis hoje, imagina nos anos 60”, aponta Simoninha.

No próximo sábado (14), ele se apresentará com o irmão, pela primeira vez, no
festival João Rock, em Ribeirão Preto (SP).

ENTREVISTAS:

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parou, não acabou’

POSTURA DE RESISTÊNCIA

Desde 2017 sendo ocupado por lendas vivas da música nacional,
o palco Brasil celebrará em 2025 as raízes e a força da black music como parte
essencial da identidade musical brasileira – e também executada com maestria e
irreverência por Simonal.

Wilson Simoninha canta sucessos do pai, Wilson Simonal, junto com o
irmão, Max de Castro — Foto: Divulgação

Para Simoninha, que conversou com o de
sobre os planos para o “Baile” durante o evento, essa homenagem, que inclui outros artistas consagrados e novos
representantes do gênero, tem muito valor.

> “Como é um festival essencialmente de música brasileira, é fundamental abrir
> esse espaço para artistas influenciados, de alguma forma, pelo que chamamos de
> black music. Acho importante também porque, por si só, fazer música brasileira
> já é uma forma de resistência”, destaca.

Além do “Baile do Simonal”, estão no line-up Seu Jorge, Sandra de Sá, Farofa
Carioca com Paula Lima e Hyldon, Tony Tornado e Banda do Síndico, e Black Rio
com Cláudio Zoli e Carlos Dafé.

UM BAILE PARA AS NOVAS GERAÇÕES

Segundo o artista, outro aspecto relevante dessa edição do palco Brasil é a
possibilidade de evidenciar uma rica parte da música brasileira para as novas
gerações, as quais, muitas vezes, ignoram as grandes referências.

> “As gerações vão se sobrepondo: tendências surgem, somem, voltam revisitadas.
> Lembro que em 2010, por exemplo, o Simonal teve um boom absurdo. Tanto que
> veio musical, filme, livro, documentário. Aí hoje você chega para garotos de
> 18 anos e muitos nem sabem quem é. Então, agora, de novo, estamos apresentando
> para essa galera. Esse é um grande barato das gerações e do tempo”, relata.

Wilson Simoninha canta sucessos do pai, Wilson Simonal, junto com o
irmão, Max de Castro — Foto: Divulgação

De certa forma ressignificando o famoso “choque de gerações”, Simoninha cogita
até uma versão repaginada do “Baile”.

“Temos o plano de fazer novas versões, com artistas novos do Brasil, até com
projetos internacionais, porque a musicalidade e a obra do Simonal permitem que
façamos vários approaches diferentes”, garante, mantendo o suspense sobre as
possíveis parcerias.

É BRASILEIRO SIM!

Mesmo que haja um certo desconhecimento sobre o artista Simonal, sua música
ainda anima festas por todo o Brasil e também pelo mundo.

> “Uma vez eu briguei com um cara na França, que falou que ‘Nem Vem Que Não Tem”
> era uma música francesa. ‘Não, essa música é do meu pai’. ‘Não, não é, essa
> música é francesa’. ‘Não, amigo, não é’. E assim foi, sem ele admitir que
> aquela música não era francesa, tamanho o sucesso que fez lá, com várias
> gravações e tal”, lembra. Inclusive, uma dessas versões foi gravada por
> Brigitte Bardot, musa do cinema francês.

De acordo com o herdeiro desse legado – que também já se apresentou em turnê
pela Europa –, essa repercussão acontece pelas músicas do pai serem universais.

“O público gosta dessa energia da música brasileira. E fica ainda mais fácil
pelo repertório do Simonal e tudo o que faz parte desse universo. O ‘Baile’ tem
a energia dessa música que está no imaginário mundial, como ‘País Tropical’,
‘Zazueira’, ‘Que Maravilha’ e ‘Sá Marina’. É um show dançante, é uma festa”,
afirma.

Wilson Simoninha homenageia o legado do pai com o show ‘Baile do Simonal’ —
Foto: Divulgação

UM BAILE COM CONVIDADOS?

Fã declarado do João Rock, Simoninha confessa estar muito feliz que “enfim
chegou a hora” de integrar o line-up e apresentar um show cujo repertório é
contagiante. Em suas redes sociais, o cantor já havia se declarado “muito
animado com o convite” e com a certeza que “será um dia que ficará guardado para
sempre na memória”.

“Sempre gostei do festival, da proposta e acompanho desde o começo, ali nos anos
2000. Inclusive, lembro de uma homenagem ao Simonal, que Emicida, Pitty e Criolo
cantaram um tributo a Martin Luther King. Foi superpoderoso e lindo. Então, só
espero contar com uma plateia maravilhosa e um pessoal a fim de se divertir e de
conhecer um pouco melhor da história do Simonal e das nossas histórias também”,
antecipa.

E a partir da deixa sobre o encontro entre Emicida, Pitty e Criolo num palco do
festival, apareceu a pergunta: “Baile do Simonal” também terá convidados?

“Não tem nada combinado, mas também nada que impeça que ali, no sábado, façamos
um momento especial, com alguns amigos que estarão no festival. Temos amigos que
se apresentarão antes e depois da gente. Seria um grande prazer fazer uma festa
com eles. É uma ótima ideia”, anima.

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