Zoológico de Goiânia: nascem filhotes de espécies ameaçadas de extinção

O Zoológico de Goiânia ganhou nos últimos dias quatro novos integrantes. Além de três filhotes de lobo-guará, que nasceram em julho, na última terça-feira (07), o parque ganhou um novo integrante: um filhote de onça-pintada. Dos 441 animais que integram o plantel, 198 nasceram na própria unidade de conservação, localizada na Alameda das Rosas, no Setor Oeste da Capital.

Segundo o supervisor-geral do Zoológico, Raphael Cupertino, a reprodução em cativeiro é um processo complexo, que envolve dieta adequada, boa adaptação ao recinto e “química” entre o casal. Além disso, muitos animais que chegam aos zoológicos já estão com idade avançada e não conseguem mais reproduzir. “Por isso, comemoramos os nascimentos desses filhotes. É bom lembrar que essas espécies estão em risco de extinção e, por conta disso, o nosso trabalho está contribuindo para a manutenção da fauna do Cerrado”, comenta.

Sobre o quadro dos filhotes, Raphael Cupertino, que é médico veterinário, explica que um dos três filhotes de lobo-guará nasceu com um problema ósseo congênito que evoluiu para uma fratura e precisou passar por um procedimento cirúrgico. “A cirurgia foi um sucesso e o animal está se recuperando. Esperamos que a fratura se reverta, mas só teremos certeza do prognóstico daqui uns 30 dias” relata o supervisor geral do Zoo.

Quanto ao filhote de onça-pintada, Cupertino revela que o animal é um macho e está bem. “Verificamos que a mãe dele não estava tendo leite suficiente e, por isso, ele está recebendo cuidados especiais da nossa equipe”, conta o diretor, acrescentando que o filhote está sendo amamentando de duas em duas horas. “Estamos monitorando o filhote e o seu crescimento está dentro do esperado”, pontuou Raphael.

Segundo ele, do casal de onças-pintadas, a fêmea foi doada pelo Instituto Onça-Pintada e o macho veio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Foi realizado um trabalho de aproximação e convivência com o casal que resultou nesse nascimento”, cita Raphael Cupertino.

Foto: Divulgação

Dados das espécies
O lobo-guará é uma animal típico do Cerrado, vive cerca de 15 anos e em zoológicos pode chegar a até 20 anos de vida. Pode atingir um metro de altura e pesar 30 quilos. A gestação dura mais de dois meses e nascem em média dois filhotes. Apesar do porte imponente, tímido, e solitário, o lobo-guará é inofensivo e prefere manter distância das populações humanas.
Já a onça-pintada é considerada o maior felino das Américas e pode ser encontrada em quase todos os biomas brasileiros. As fêmeas atingem a idade reprodutiva por volta de 3 anos, e os machos de 4 anos. O período de gestação das onças-pintadas é de 93 a 105 dias e a ninhada pode ser de até 4 filhotes. Há dados que a população do animal no Brasil é inferior a 10 mil indivíduos, o que coloca a espécie ameaçada de extinção.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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