75% dos brasileiros são contra atos golpistas e defendem punição

Movimentos de direita e esquerda preparam manifestações no Dia do Trabalhador

Uma pesquisa da Datafolha pela ”Folha de S. Paulo” aponta que 75% dos brasileiros são contrários aos atos antidemocráticos de bolsonaristas que não aceitam o resultado da eleição presidencial. A análise foi revelada nesta quarta-feira, 21. 

O instituto pergunto aos entrevistados se eles eram contra ou a favor dos atos realizados por apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro, onde rodovias estão sendo bloqueadas de forma ilegal e pessoas se mantêm acampadas em frente a quartéis pedindo intervenção militar, o que é inconstitucional.

No resultado da pesquisa, 21% se mostraram a favor das manifestações, enquanto 75% foram contra. Já em indiferente foram 3% e os que não souberam responder atingiu a marca de 1%. 

A pesquisa ouviu 2.026 pessoas em 126 municípios brasileiros nos dias 19 e 20 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 

Entre os que dizem ter votado em Bolsonaro no segundo turno, 50% são contrários aos atos golpistas. Entre os eleitores de Lula, o índice chega a 96%. 

Na região que soma Centro-Oeste e Norte, o apoio aos atos golpistas atinge o patamar de 29% a favor e 65% contra. No Nordeste, apenas 14% se dizem favoráveis, e 83% são contrários. 

Entre os entrevistados que se declaram católicos, 80% são contrários aos atos, enquanto no grupo dos evangélicos o índice é de 65%. 

Na faixa de renda mais baixa, de quem recebe até dois salários mínimos, 81% são contrários. Entre quem ganha até dez salários, 51%. 

Punição 

De acordo com a pesquisa, 56% dos entrevistados consideram que as pessoas que pedem atos golpistas devem ser punidas, já que desrespeitam a Constituição. Outros 40% avaliam que elas não devem ser punidas, porque têm o direito de se manifestar contra a democracia. 4% não souberam responder. 

Já em relação aos bloqueios de perfis e contas de redes sociais que atacam a democracia, 65% dizem ser contrários. Enquanto 32% dizem ser a favor das medidas tomadas pelo Judiciário. 3% não sabem responder. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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