Caminhoneiro chama Bolsonaro de “frouxo”

Após Bolsonaro pedir em áudio para que deixem as vias, os caminhoneiros bolsonaristas não ficaram contentes com a tentativa de desmobilizar a greve da categoria, que paralisa as estradas do país nesta quinta-feira (9). Em um áudio obtido pelo jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, um participante da manifestação chamou Bolsonaro de ”frouxo”.

“Sinceramente, se nosso presidente falou isso, se o Tarcísio [de Freitas, ministro da Infraestrutura] falou isso, estão sendo muito frouxos. Começa uma treta, não consegue manter? São frouxos! A gente está com eles, e agora começando uma treta que os caminhoneiros não vão parar tão cedo. Agora, já que falaram pra caralho, assume a porra da bucha!”, diz um dos áudios. “Tamos com eles, não largo mão, tamo junto… Só que começaram com uma classe que não vai parar tão cedo. Agora segura firme, porra!”.

O caminhoneiro fez referência ao áudio onde Jair Bolsonaro pede que eles parem com o bloqueio. “Fala para os caminhoneiros aí que eles são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”. disse em áudio divulgado nesta quarta-feira (8).

O presidente pediu, ainda, que os caminhoneiros deixem questões políticas serem tratadas em Brasília. O ministro Tarcísio de Freitas gravou um vídeo e reforçou a mensagem de Bolsonaro.

O governo afirmou que, na manhã desta quinta-feira (9), Bolsonaro se reunirá com representantes dos caminhoneiros para tentar suspender a greve.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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