Ministro do STJ diz que reconhecimento facial é a principal causa de erro judiciário

O Conselho Nacional de Justiça criou um grupo para elaborar uma proposta de procedimentos para reconhecimentos criminais. O objetivo é evitar que erros de reconhecimento de suspeito por fotos.

Ao Jornal CBN, o líder do grupo, Rogério Schietti, afirmou que o reconhecimento pessoal equivocado tem sido uma das principais causas de erros no judiciário. ”Geralmente não há nenhuma outra prova que fundamenta a condenação”, destaca.

O ministro também disse que a prisão cautelar de pessoas reconhecidas é outros erro que deve ser combatido. De acordo com ele, os suspeitos devem responder ao processo em liberdade, com algumas exceções. ”Alguém pode ser preso antes de uma condenação definitiva se houve testemunhas. O simples fato de alguém ser reconhecido como autor de um crime não quer dizer que a pessoa deva ser presa”, explica o ministro.

83% dos presos injustamente são negros

Em fevereiro deste ano, um levantamento feito pela Condege (Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais) e pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro mostra que os negros presos injustamente por reconhecimento facial representam 83%.

Foram investigados como funcionava os ”catálogos de suspeitos” nas delegacias brasileiras. Em muitos casos, o reconhecimento por fotografia é a única prova existente contra um possível criminoso.

De 2012 a 2020, 90 pessoas foram presas devido a erros na identificação fotográfica e posteriormente inocentadas. Elas ficaram em média, 9 meses na prisão.

Na noite desta segunda-feira (13), um motorista de aplicativo e montador de móveis Jefferson Pereira da Silva, de 29 anos, foi solto no Rio de Janeiro após passar seis dias na prisão. Ele foi preso como autor de um roubo por reconhecimento fotográfico. Na foto 3×4, Jefferson tinha 14 anos.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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