Goiânia adere participação no Projeto Casa Verde Amarela

Nesta quarta-feira (22/9), o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) assinou um termo de manifestação de interesse em aderir ao Programa Casa Verde Amarela – o antigo Minha Casa, Minha Vida. O termo foi formalizado durante visita do secretário nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional, Alfredo Santos, à Goiânia.

De acordo com a Prefeitura, a expectativa é que 15 mil famílias sejam beneficiadas e possam ter acesso à casa própria e que todo o processo para a adesão do município ao Programa Casa Verde Amarela seja concluído até dezembro deste ano, possibilitando que haja as primeiras parcerias com as construtoras e seleção das famílias.

De acordo com Willian Assunção, da editoria de Planejamento e Habitação da Prefeitura de Goiânia, inicialmente será possível atender famílias com renda mensal de até R$4 mil. Com o Programa, ao financiar a casa, o município deve entrar com 20% do valor do imóvel, o que pode ser abatido na entrada, reduzindo-a ou zerando-a.

Detalhes do programa Casa Verde Amarela

O teto de financiamento aumentou 10%, quando comparado ao Minha Casa, Minha Vida. Em Goiânia, passa de R$190 mil para R$209 mil.

As faixas de renda e seus juros, passam a ser divididos em três grupos:

GRUPO 1

Rendimento mensal de até R$2 mil – Taxa de juros: 4,75% ao ano

GRUPO 2

Rendimento mensal de até R$4 mil – Taxa de juros: 5,5% a 7% ao ano

GRUPO 3

Rendimento mensal de até R$7 mil – Taxa de juros: 8,16% ao ano

Para participar, o interessado deve estar inscrito no Programa Municipal de Habitação da Prefeitura de Goiânia e manter seus dados devidamente atualizados.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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