Setembro Verde: Hospital em Goiás realiza captação de órgãos

O Hospital Estadual de Santa Helena de Goiás Dr. Albanir Faleiros Machado (Herso) realizou, no último sábado (25), uma captação múltipla de órgãos, que beneficiou quatro pessoas. Rins, coração e fígado, eram de um paciente de 21 anos que teve morte encefálica. Os órgãos foram transportados para o Distrito Federal, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

O Herso é um dos hospitais autorizados a realizar a captação de órgãos em Goiás. No Brasil, Lei nº 9.434/97 regulamenta o transplante de órgãos no país, sendo de responsabilidade esse gerenciamento pela Central de Transplantes. Vale lembrar que as doações só são realizadas com a autorização dos familiares e, independente de plano de saúde, as pessoas precisam seguir a fila do Sistema Único de Saúde (SUS).

O presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Herso, Dr. Rafael Pereira, explica como ocorre o trâmite das doações:

Tudo começa com o paciente grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O médico que o acompanha começa a ver que ele não tem um prognóstico de melhora e, de acordo com a evolução da gravidade, suspeita-se de morte encefálica. Esse diagnóstico é realizado através de uma intensa bateria de exames: clínicos, diagnósticos e imagens. Ao final de todo o processo e, confirmada a suspeita, é fechado o resultado. Então, comunicamos a família. Nesse momento, informamos sobre a possibilidade da doação de órgãos e eles decidem se são a favor ou não. Caso aceitem, a gente comunica a Central de Transplantes e aí começa a distribuição e oferta nacional para ver a disponibilidade de acordo com a tipagem sanguínea, peso, idade, dentre outros critérios.

O Dr. Rafael ressalta ainda que não é informado para a família quem receberá os órgãos. Todo o processo é sigiloso.

Órgãos de doadores sendo transportados/ Foto: reprodução

 

Setembro Verde – Dia Nacional da Doação de Órgãos

Hoje (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data faz parte do calendário do Ministério da Saúde em que institui a campanha Setembro Verde, voltada para a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos, bem como incentivar que as pessoas interessadas em doar seus órgãos, já converse com seus familiares sobre a decisão. Conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a recusa familiar é a principal causa para a não doação. Cerca de 40% de famílias entrevistadas em 2019 se recusaram a doar os órgãos de entes queridos nos casos de falecimento.

No Brasil, ainda de acordo com a ABTO, em 2020, mais de 43 mil somavam a fila de espera pela doação de um órgão, sendo 916 apenas em Goiás. Rins, córneas e fígado são os órgãos com o maior número de pacientes aguardando.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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